Author(s):
Cardoso, Manoel Santana ; Souza, Lucas Freitas ; Mota, Cláudia
Date: 2022
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10174/30925
Origin: Repositório Científico da Universidade de Évora
Subject(s): Pandemia; Isolamento; Desigualdade socia; Retrocesso; Processo Civilizatório
Description
O surgimento da doença provocada pelo SARS-Covid 19, a qual tem sido tratada como Coronavírus, afetou diversos países em todo o mundo, desde março de 2020 e, somente no Brasil, já provocou um número superior a 600 mil óbitos. Neste cenário, como resultado do impacto da pandemia, a sociedade incorporou uma série de novos comportamentos. Dentre estes, destacam-se a insegurança alimentar, a violência urbana e uma certa aversão das autoridades em atender aos cidadãos em um momento em que aquilo a que denominamos de anomia vai se materializando de forma bastante evidente. Isso não vem ocorrendo somente no Brasil, mas em vários outros países, principalmente, na América do Sul e Ásia. Questiona-se, a partir de uma “tela eliasiana”, até que ponto o descompromisso com alguns níveis de civilidade pode ensejar um retrocesso em relação ao projeto civilizatório e emancipatório construído nos últimos três séculos? O Brasil é um país onde a desigualdade social e suas mazelas sempre existiram em razão do baixo investimento em educação, saúde e outros serviços básicos. Temos um país marcado pela existência de uma elite descompromissada com as questões de fundo da sociedade. O racismo e a falta de um projeto de nação uníssono são marcas indeléveis de nossa sociedade. Com a pandemia tais condições se acirraram, evidenciando graves e danosas consequências dessa desigualdade. Diante disso, o presente trabalho questiona a possibilidade de existência de um caminho que esteja nos levando a um rompimento da nossa sociedade com o processo civilizatório, assim como preconizado por Norberto Elias, e que é o cerne de sua importante obra.