Author(s):
Santos, Ana Filipa Pinheiro dos
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.8/2576
Origin: IC-online
Subject(s): H. forskali, S. regalis; valorização económica; aquacultura; transporte; acondicionamento; Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências Naturais
Description
Os Pepinos do mar, ou holotúrias, incluídos no grupo dos equinodermes, caracterizam-se pelos seus movimentos lentos e alimentação detritívora. Estes invertebrados de ampla distribuição geográfica, são apreciados como uma espécie de fruto do mar e considerados uma iguaria, sendo utilizados há vários séculos, quer na medicina tradicional, quer como afrodisíacos, no continente asiático. A riqueza nutricional deste recurso marinho é ímpar, pelo que várias espécies são comercialmente exploradas, sendo a maioria delas espécies tropicais e subtropicais das famílias Holothuriidae e Stichopodidae. A costa atlântica portuguesa é habitat natural das espécies Holothuria forskali e Stichopus regalis, alvo de rejeições de pesca, e até agora não introduzidas no mercado. O presente estudo teve como principais objetivos a otimização das condições de transporte e acondicionamento em cativeiro das duas espécies descritas, tendo em vista o seu cultivo em aquacultura e o apuramento da sua viabilidade económica, quantificando o teor proteico do músculo, e a sua aceitação global, em termos de consumo. Os pepinos do mar H. forskali e S. regalis revelaram grande adaptabilidade às condições de transporte e cultivo, com 100% de sobrevivência no decorrer do acondicionamento em tanques, e um incremento do teor proteico presente no músculo de ambas as espécies, comparando indivíduos pré e pós-acondicionamento, sendo para H. forskali 9,1% ± 1,1 e 12,8% ± 1,6, e para S. regalis de 12,3% ± 1,3 e 12,6% ± 2,5, respetivamente. A aceitação global foi positiva, tendo 95% dos inquiridos revelado satisfação após a prova. Sendo a aquacultura de pepino do mar uma atividade quase inexplorada em regiões temperadas e inexistente em Portugal, serão necessários mais estudos baseados no ciclo de vida, dinâmica populacional e distribuição de espécies endémicas, no sentido de melhor entender o potencial da sua introdução na aquacultura e no mercado de consumo ocidental.