Document details

Abuso Físico na Criança: a Cintigrafia Óssea no Diagnóstico de Lesões Não Acidentais

Author(s): Fernandes, Ana ; Faria, Teresa ; Oliveira, Ana ; Barata, Pedro ; Pereira, Jorge

Date: 2019

Origin: Acta Radiológica Portuguesa

Subject(s): Cartas ao Editor


Description

Introdução: O abuso físico em crianças é um problema complexo que deve ser identificado e resolvido o mais rapidamente possível, numa abordagem multidisciplinar. As fraturas são um indicador muito forte de abuso, apesar de, maioritariamente, não causarem risco de vida. Assim, a imagiologia é crucial, uma vez que as fracturas são frequentemente ocultas, com sinais e sintomas difíceis de interpretar, e as crianças nem sempre têm capacidade de fornecer a história. A Cintigrafia óssea na suspeita de abuso físico em crianças surge em publicações desde os anos 80. Objectivo: Rever o papel da Cintigrafia óssea no abuso infantil. Discussão: A Cintigrafia óssea está incluída nas guidelines de abordagem de crianças vítimas de abuso em alguns países. No nosso país, o seu papel e a sua utilidade estão pouco divulgados. Estudos comparativos entre a Radiografia e a Cintigrafia óssea demonstraram que a cintigrafia foi o único método capaz de identificar lesões em 4 a 20% dos casos, para além de ajudar a esclarecer lesões equívocas na radiografia. Conclusão: Na suspeita clínica de abuso infantil, o método de eleição é a Radiografia do esqueleto. Contudo, concluímos que não existe um método ideal único e que a Radiografia e a Cintigrafia óssea apresentam um papel complementar, não competitivo. Propomos, assim, a realização regular da Cintigrafia óssea, quando a Radiografia não identifica qualquer lesão óssea, quando apresenta achados equívocos ou nos casos em que a determinação exata do número e da localização das lesões possa ter impacto legal.

Introduction: Child abuse is a complex problem that must be identified and solved as quickly as possible with a multidisciplinary approach. Bone fractures, usually not life-threatening injuries, are often the strongest indicator of abuse. Medical imaging has thus a crucial role, since fractures are often hidden, with signs and symptoms difficult to interpret, and children may be unable to provide history. Bone scintigraphy has appeared in publications addressing child abuse since the 80’s. Aim: To assess the role of Bone scintigraphy in child abuse. Results/Discussion: Some guidelines on approaching child abuse already include bone scintigraphy. In our country, its role and its usefulness remain poorly known. Studies comparing Radiography and Bone scintigraphy showed that scintigraphy was the only method to identify bone lesions in 4 to 20% of patients. Additionally it helped to clarify misleading lesions. Conclusion: When evaluating the suspicion of child abuse, the method of choice is the X-ray of the skeleton. Reviewing the literature, however, we conclude that there is no ideal method and that Radiography and Bone Scintigraphy play a complementary, non-competitive role. We therefore propose the regular performance of Bone Scintigraphy when the X-ray does not identify any lesions, when it presents equivocal findings or when accurately determining the number and location of lesions may have a legal impact.

Document Type Journal article
Language Portuguese
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo