Author(s):
Menezes, Carina ; Alverca, Elsa ; Dias, Elsa ; Sam-Bento, Filomena ; Pereira, Paulo
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.18/434
Origin: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Subject(s): Microcistina-LR; Citotoxicidade; Ultrastrutura; Linhas Celulares; Água e Solo
Description
A microcistina-LR (MCLR) é amplamente reconhecida pela sua hepatotoxicidade. No entanto sabe-se que também afecta outros orgãos tais como o cérebro, rins e intestinos. Este trabalho tem como objectivo comparar os efeitos tóxicos da exposição a uma gama de concentrações de MCLR pura e de extractos de cianobactérias em linhas celulares hepáticas, renais e de intestino, representativas dos orgãos de acumulação da MCLR, ao nível da viabilidade celular e ultrastrutura. As linhas celulares HepG2 (hepatoma), Vero-E6 e MDCK (renais) e CaCo2 (adenocarcinoma do cólon) foram expostas a 1-100 ìM de MCLR durante 24h e a viabilidade celular foi determinada através do teste do Neutral Red. Observou-se em todas as linhas celulares um decréscimo da viabilidade dependente da concentração de MCLR. Contudo, as células HepG2 mostraram uma maior sensibilidade, seguidas das células Vero e das células MDCK e CaCo2. A observação da ultrastrutura celular a concentrações citotóxicas de MCLR revelou a presença abundante de células apoptóticas nas quatro linhas celulares. A baixas concentrações de MCLR, as células HepG2 e Vero apresentaram numerosos vacúolos citoplasmáticos, com conteúdo electrodenso, indicativo de autofagia. Nas células Vero foram ainda visíveis alterações no retículo endoplasmático, o que sugere que ambos os organelos estão envolvidos num mecanismo de resposta celular a concentrações sub-citotóxicas de toxina. Em células MDCK os alvos intracelulares primários parecem ser o complexo de Golgi e as mitocôndrias, tal como em células CaCo2, ainda que neste caso os efeitos tóxicos sejam observáveis apenas a concentrações de MCLR mais elevadas. Os resultados deste estudo in vitro mostram que a MCLR induz efeitos mais pronunciados nas células de fígado tal como indicado pelos estudos in vivo. Para todas as linhas celulares estudadas a perda de viabilidade é dependente da concentração de MCLR apesar de o tipo celular parecer interferir na sensibilidade e alvos intracelulares da MCLR.
Trabalho parcialmente financiado pelo projecto HABCOL-PDCT/MAR/60086/2004