Author(s): Ferrão, Ana Rita Camarate
Date: 2015
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.21/6965
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa
Subject(s): Radioterapia; Metástase; Metástase óssea; PET/CT
Author(s): Ferrão, Ana Rita Camarate
Date: 2015
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.21/6965
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa
Subject(s): Radioterapia; Metástase; Metástase óssea; PET/CT
Mestrado em Radiações Aplicadas às Tecnologias da Saúde. - Área de especialização: Imagem Molecular
As células têm a capacidade de se dividir, de forma controlada, tantas vezes quanto necessário, ligando-se a outras células, permanecendo quase sempre no mesmo lugar. As células tornam-se células cancerosas quando a sua proliferação é descontrolada, fazendo com que não fiquem contidas no lugar onde pertencem, levando à formação de metástases. As metástases ósseas são uma complicação frequente em doentes com cancros em estados avançados. Os tumores primários que mais originam metástases no osso são os cancros da mama, da próstata e do pulmão, uma vez que correspondem a locais onde existe uma vasta zona ganglionar, o que torna acessível a passagem das células cancerosas para a corrente sanguínea, facilitando a chegada das mesmas à medula óssea. As metástases no osso são geralmente dolorosas e de difícil tratamento, sendo por isso muito importante o seu controlo. Atualmente, dispomos de vários meios para o conseguir, nomeadamente através de terapias sistémicas, radioterapia, intervenção cirúrgica ou recorrendo a analgésicos para gestão da dor. A radioterapia é um tratamento eficaz, quer isoladamente, quer em combinação com outras formas de terapia. Alcança o alívio da dor reduzindo a necessidade de narcóticos e outros analgésicos, destrói as células tumorais e reduz a inflamação. Este tratamento, consiste na utilização de radiações ionizantes de vários tipos, capazes de destruir ou abrandar o processo de divisão das células malignas no decorrer das sessões de tratamento. Por norma, a radioterapia pode ser aplicada numa multitude de formas, nomeadamente: método de eleição para destruir tumores malignos bem localizados e constituído por células anómalas, com grande sensibilidade aos seus efeitos; meio de prolongar a vida do doente, ao controlar temporariamente o crescimento de um tumor que está confinado a uma região do corpo, mas em estado demasiado avançado para ser removido; antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor, facilitando a intervenção cirúrgica; método complementar que se utiliza após cirurgia, com a finalidade de destruir as células malignas residuais; meio de alívio da dor, nos casos em que o tumor se considera incurável. Os recentes avanços na tecnologia da radioterapia ajudam na distribuição de doses altamente conformacionais e com orientação por imagem para uma entrega mais precisa do tratamento, tornando assim possível aumentar as doses utilizadas. O tratamento ideal das metástases ósseas é complexo e é sempre necessária uma abordagem multidisciplinar. O tratamento deve ser individualizado, para que se possa adequar aos sintomas e estado clínico de cada doente. A deteção precoce e o tratamento agressivo em metástases ósseas podem melhorar a qualidade de vida e independência funcional dos pacientes. A tomografia por emissão de positrões-tomografia computadorizada, mais conhecida como PET-CT, é uma técnica de imagem médica que combina dois dispositivos num só, integrando num único sistema tanto a tomografia por emissão de positrões (PET), como a tomografia computadorizada por raios X (CT). Deste modo, ambos os exames podem ser obtidos na mesma sessão, através da criação de uma única imagem sobreposta. A imagiologia funcional obtida por PET, que pode não só detetar mas também quantificar processos patológicos in vivo, de forma não invasiva, representa a distribuição espacial da atividade metabólica ou bioquímica no corpo e pode ser precisamente alinhada ou correlacionada com a imagem anatómica obtida pela tomografia computadorizada. A PET-CT revolucionou o diagnóstico médico em muitos aspetos clínicos, adicionando precisão na localização anatómica da imagem funcional, por exemplo, na área da oncologia, no planeamento cirúrgico e na radioterapia. Ainda assim, o dispositivo combinado/híbrido tem algumas desvantagens. É consideravelmente mais caro e necessita de radiofármacos para a obtenção de imagens PET. Estes radiofármacos têm custos associados de produção e transporte, uma vez que possuem atividades limitadas. Ainda assim, o facto de se poder realizar dois exames num só aparelho pode ser visto como uma mais-valia.O standard uptake value (SUV) ou o valor de absorção padrão, é frequentemente utilizado em PET. O SUV é um método semi-quantitativo simples, que pode ser usado em vários radionuclídeos, para avaliar o volume/atividade dos tumores em doentes com cancro. O exame PET-CT é realizado e o SUV é calculado para cada doente através da região hipermetabólica detetada na imagem. O SUV pode ser significativamente afetado, entre outras coisas, pelo ruído da imagem, baixa resolução ou, também, devido a uma seleção tendenciosa do volume de interesse. O SUV é uma boa medida para avaliar a resposta/monitorização à terapia e também para estudar comparações entre indivíduos. No entanto, deve haver cuidado na interpretação dos seus resultados. Com este estudo, dividido em duas partes, pretende-se primeiramente fazer uma revisão da literatura sobre o fracionamento utilizado em metástases ósseas, seguido de uma avaliação por PET à população de doentes da Fundação Champalimaud (FC) tratados com radioterapia para as metástases ósseas. As variáveis estudadas foram: dose por fração, variação do SUV, mortalidade, relação com outros tratamentos sistémicos, localização das metástases e origem do tumor, observando a relevância estatística e as relações entre as variáveis em estudo, assim como a percentagem de resposta ao tratamento consoante as doses utilizadas.