Author(s):
Rodrigues, Cláudia Vanessa Leão da Cunha Lopes
Date: 2009
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/4330
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Subject(s): Identificação com o agressor; Trauma; Identificações; Identidade; Relação conjugal; Identification with the agressor; Trauma; Identification; Identity; Conjugal relationship; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
Description
Dissertação de Mestrado apresentada ao ISPA - Instituto Universitário
O mecanismo identificação com o agressor, de acordo com a teoria de Ferenczi (1932), é um mecanismo rígido, auto-destrutivo e permanente. Procurou-se avaliar este mecanismo à luz de uma perspectiva diferente, em função das relações que as pessoas estabelecem ao longo da vida e dos diferentes processos identificatórios presentes na construção da identidade. As abordagens descritas na literatura, não são elucidativas quanto à persistência deste mecanismo no funcionamento dos indivíduos. Levantam-se algumas questões: Será este, um mecanismo rígido e permanente na vida futura da criança traumatizada, ou um mecanismo que se transforma perante relações interpessoais (intra ou extra familiares) saudáveis ao longo da vida? Na vida da criança só existe o agressor (relação dual)? Tendo em conta as várias formas de agressão possíveis, assim como a especificidade de cada caso, manifestar-se-á este mecanismo sempre da mesma forma e com a mesma intensidade? Seleccionaram-se dois casais, nos quais, pelo menos um dos cônjuges foi vítima de violência familiar desde a infância (trauma). Realizaram-se entrevistas, semi-directivas com os casais, efectuadas individualmente, onde foi possível recolher dados das suas vivências passadas e presentes, relativamente a relações intra e extra familiares. É esperado encontrar oscilações neste mecanismo, em função da dimensão traumática sofrida, das características individuais e das relações intra e extra familiares estabelecidas ao longo da vida. Fez-se uma breve análise comparativa entre o mecanismo de defesa “identificação com o agressor” e a Síndrome de Estocolmo, onde se explorou o caso de Natascha Kampush. Encontraram-se algumas semelhanças, mas também algumas diferenças entre os dois mecanismos, contudo a insuficiência de dados torna a abordagem inconclusiva.