Author(s):
Gonçalves, Vera Lúcia de Sousa
Date: 2008
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/569
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Subject(s): Psicossomática; Adesão à terapêutica; SIDA; VIH; Psiconeuroimunologia; Mecanismos de defesa; Alexitimia; Estudo de caso; Treatment complience; Psychosomatics; HIV; AIDS; Psychoneuroimunology; Defense mechanisms; Alexithymia; Case study
Description
Dissertação de Mestrado em Psicossomática
A presente investigação tem como objectivos principais: (1) reflectir sobre o fenómeno da adesão à terapêutica anti-retroviral (TARV); (2) compreender o funcionamento psicológico do sujeito infectado pelo VIH, nomeadamente no que concerne aos seus mecanismos de defesa e sua influência na adesão ao tratamento e (3) avaliar a presença de alexitimia no sujeito infectado, e sua relação com padrões de má adesão à terapêutica. 0 Delineamento do Estudo consistiu na Observação Participativa e na realização de um Estudo de Caso. Na primeira, são descritos alguns dados a partir da observação feita ao longo de um estágio de dezasseis meses no Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de Santa Maria, sendo referenciados alguns casos de doentes com dificuldades ao nível da adesão à TARV. No segundo, os instrumentos utilizados foram a Entrevista Clínica, o Inventário de Mecanismos de Defesa (DMI) e a Escala de Alexitimia de Toronto (TAS-20). Na análise dos dados da observação e dos casos referenciados, percebemos a multifactonalidade e complexidade do fenómeno da adesão. Foram expostos casos que se pautaram por alguma diversidade e nos quais a adesão incluía factores individuais, familiares, sociais, assim como factores relacionados com própria doença e tratamento. No Estudo de Caso apresentado, não verificámos uma influência directa dos mecanismos de defesa utilizados no comportamento face à terapêutica, assim como não se observou uma relação entre a presença de alexitimia e a não adesão à terapêutica. Consideramos assim que a adesão ao tratamento anti-retroviral é intrinsecamente dinâmica e determinada por uma matriz de factores interrelacionados, que se altera com o tempo, à medida que os próprios factores, bem como a adesão em si mesma, se transformam. Compreender os comportamentos de adesão implica considerar a rede complexa de condicionantes, tendo a noção de que se influenciam mútua e reciprocamente, bem como considerar todo o contexto psicossocial do indivíduo, as suas necessidades diárias e as experiências relacionadas com a doença.