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Monitorização dos movimentos e padrão de atividade do safio (Conger conger) e da moreia (Muraena helena) na Área Marinha Protegida da Ilha do Pessegueiro através de biotelemetria acústica

Author(s): Silva, Ana Filipa Martins

Date: 2015

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/22557

Origin: Repositório da Universidade de Lisboa

Subject(s): AMP da Ilha do Pessegueiro; Biotelemetria acústica; Conger conger; Muraena helena; Padrão de atividade; Teses de mestrado - 2015; Departamento de Biologia Animal


Description

Tese de mestrado, Ecologia Marinha, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2015

As Áreas Marinhas Protegidas (AMP) têm sido recomendadas e implementadas como medida de conservação e alternativa às tradicionais medidas de gestão das pescas. Em 2011, foi criado o Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e implementada uma rede de AMP que inclui a AMP da Ilha do Pessegueiro. No sentido de comprovar a importância e adequabilidade desta AMP na proteção de espécies comerciais, como o safio e a moreia-do-mediterrâneo, procedeu-se à monitorização acústica passiva de 19 moreias e 6 safios, capturados no interior e em zonas adjacentes à AMP, durante 2 meses, no verão de 2013. Foram determinados, assim, índices de residência, níveis e padrões de atividade, home ranges e padrões de movimento. Adicionalmente, analisaram-se os conteúdos estomacais de 76 safios e 48 moreias, visando relacionar os padrões de movimento e atividade destes peixes com o seu comportamento alimentar. As moreias e os safios capturados no interior da AMP apresentaram índices de residência de 48%, com home ranges de 19 ha e 34 ha, respetivamente, ocupando menos de 10% da AMP. As moreias e os safios estiveram 3% e 12% do tempo ativos, particularmente durante a noite, em períodos de lua em quarto crescente. Adicionalmente, as moreias estiveram mais ativas em períodos de lua cheia e os safios, de lua nova. Com um comportamento mais territorial, a maioria das moreias percorreu por dia menos de 1 km em torno de recifes próximos da ilha no quadrante NW da AMP, face aos 9 km percorridos pelos safios, que apresentaram um comportamento mais exploratório. Os exemplares capturados fora da AMP, por seu turno, apresentaram menores índices de residência, maiores home ranges, maiores distâncias percorridas por dia e mais movimentos exploratórios com trajetórias tendencialmente direcionadas para o seu local de captura. Verificou-se que são predadores oportunistas que se alimentam de polvo-comum e de peixes bentónicos e bentopelágicos, no caso da moreia, e quase exclusivamente bentónicos, no caso do safio. Foi também possível relacionar o seu padrão de atividade e movimentos com os padrões de algumas das suas presas. Assim, na AMP da Ilha do Pessegueiro, as moreias e os safios revelaram ser espécies de elevada fidelidade espacial, com baixos níveis de atividade, pequenos home ranges e movimentos confinados aos recifes próximos da ilha no quadrante NW da área e, no caso dos safios, aos fundos arenosos que lhes são adjacentes. Concluiu-se, assim, que esta AMP é uma importante área de refúgio e alimentação para estas espécies, pelo menos durante o verão, e que o seu dimensionamento parece adequado à proteção destas espécies.

Marine Protected Areas (MPA) have been advocated and implemented as a conservation tool and as an alternative measure for traditional fisheries management. In 2011, an MPA network was established in South West Alentejo and Vicentine Coast Marine Park, including Pessegueiro Island MPA. In order to assess the importance and the suitability of this MPA as a protection area for commercial fish species, such as Mediterranean moray and European conger, 19 morays and 6 congers were monitored through passive acoustic telemetry for 2 months during the summer of 2013. Residency index, activity levels and patterns, home ranges and movement patterns were assessed. Additionally, stomach contents of 76 congers and 48 morays were analysed aiming to relate its movement and activity patterns with its feeding habits. Morays and congers captured inside MPA showed a residency index of 48%, with home ranges of 19 ha and 34 ha, respectively, covering less than 10% of MPA. Morays and congers were active for 3 % and 12% of the time, respectively, mainly at night during periods of first quarter lunar phase. Additionally, morays were more active during full moon and congers at new moon. Regarding a territorial behaviour, almost all morays moved less then 1 km per day around the reefs near the island in the NW area of the MPA. On the other hand, congers revealed to be more exploratory as they travelled 9 km per day in average. Specimens captured outside MPA showed lower residency index, smaller home ranges but greater distances covered per day as well as exploratory movements coursing to their capture site. These species seem to be opportunistic predators that feed mostly on octopus and benthic and benthopelagic fish (morays) or exclusively benthic fish (congers). Their activity and movement patterns seemed to be related with some of their preys’ patterns. Therefore, morays and congers in Pessegueiro Island MPA showed high residency index and strong site fidelity, low activity levels and small home ranges. Morays presented movements restricted to the reefs near the island in the NW region of the area and congers to its adjacent sandy bottoms. In conclusion, this MPA proves to be an important refuge and feeding area for these species, at least during summer period, and its dimensions seem to be adequate for providing efficient protection against fishing activities.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Quintella, Bernardo Silva Ruivo, 1976-; Almeida, Pedro Miguel Raposo de, 1965-
Contributor(s) Repositório da Universidade de Lisboa
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