Author(s):
Santos, Inês Chaparro Roque dos, 1986-
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/2749
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Obesidade; Ingestão nutricional; Crianças; Índice de massa corporal (IMC); Excesso de peso; Teses de mestrado - 2011
Description
Tese de mestrado, Dietética e Nutrição, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2011
A prevalência da obesidade tem vindo a aumentar nas últimas décadas, tendo atingido proporções epidémicas. A obesidade na infância é um importante problema de saúde pública, pois tende a persistir na idade adulta, constituindo um factor de risco para diversas doenças crónicas. Os hábitos alimentares parecem ser factores determinantes nesta epidemia. É pois importante a monitorização nutricional e alimentar, principalmente nas crianças dos 2 aos 5 anos, visto que é neste período que se inicia a adopção de hábitos e comportamentos. O presente estudo teve como objectivo determinar a prevalência de pré-obesidade e obesidade em crianças portuguesas, bem como caracterizar a sua ingestão nutricional, e investigar a associação entre a ingestão e o índice de massa corporal (IMC). Foram avaliadas 634 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 5 anos, tendo sido recolhidos dados antropométricos (estatura e peso) e dados relativos à ingestão nutricional. A partir do peso e da estatura calculou-se o IMC. Para determinar as prevalências de pré-obesidade e obesidade utilizaram-se os critérios de classificação do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Cole et al., e Organização Mundial da Saúde (OMS). Para a caracterização da ingestão nutricional foram feitas comparações com as recomendações do Food and Nutrition Board. As prevalências de excesso ponderal variaram de acordo com a definição considerada: 29,9% (CDC), 21,4% (Cole et al.) e 32,9% (OMS). Verificou-se um défice na ingestão de hidratos de carbono e fibra alimentar e uma ingestão elevada de proteínas e gorduras. Encontraram-se ainda prevalências elevadas de inadequação de ingestão de vitamina E e folato e uma ingestão excessiva de cobre e manganésio. Não se observaram associações entre a ingestão nutricional e a prevalência de excesso ponderal. Salienta-se a importância da implementação de programas de intervenção e a necessidade da criação de um sistema de vigilância alimentar e nutricional para crianças desta idade.
The prevalence of obesity has been increasing in recent decades, reaching epidemic proportions. Obesity in childhood is an important public health problem because it tends to persist into adulthood and constitutes a risk factor of several chronic diseases. Dietary habits appear to be determinant factors to this epidemic. It is therefore important to monitor food and nutrition, particularly in children from 2 to 5 years old, since it is the period that habits and behaviors are adopted. The aim of this study was to assess the prevalence of pre-obesity and obesity in Portuguese children, as well as characterizing their nutritional intake and to investigate the association between dietary intake and body mass index (BMI). 634 children, aged 2-5 years old, were assessed and anthropometric (height and weight) and nutritional intake data were collected. BMI was calculated from weight and height. The prevalence of pre-obesity and obesity was determined using Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Cole et al., and World Health Organization (WHO) criteria. In order to characterize the nutritional intake, comparisons were made with the recommendations of the Food and Nutrition Board. The prevalence of excess weight varied according to the definition used: 29,9% (CDC), 21,4% (Cole et al.) and 32,9% (WHO). A deficit in the intake of carbohydrates and dietary fiber and a high intake of protein and fat were observed. There were also high prevalence of inadequate intake of vitamin E and folate and excessive intake of copper and manganese. No association was found between nutritional intake and the prevalence of excess weight. The importance of implementing intervention programs and the need to create a food and nutritional surveillance system for young children are emphasized.