Author(s): Carvalho, Bárbara da Silva
Date: 2019
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/41579
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Ansiedade; Evitamento; Vinculação; Satisfação com a vida; Teses de mestrado - 2019; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
Tese de mestrado, Psicologia (Área de Especialização em Psicologia Clínica e da Saúde - Psicologia Clínica Sistémica), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2019
No contexto atual de globalização, o número de relações amorosas interculturais está em expansão, não só em Portugal, como internacionalmente. Tendo em conta esta realidade e a escassez de estudos que a ajudem a compreender, o presente estudo visou aprofundar o conhecimento sobre os casais interculturais. O objetivo principal foi avaliar as associações entre vinculação amorosa (evitamento e ansiedade), qualidade relacional percebida e satisfação com a vida, numa amostra de 84 casais interculturais residentes em Portugal. Os participantes (N=164), 48 casais casados e 36 em união de facto, em média há 13 anos (M=12.61; DP=12.20) preencheram medidas de autorrelato que avaliavam a vinculação amorosa (Experiências nas Relações Próximas – Estruturas Relacionais – Fraley, Heffernan, Vicary & Brumbaught, 2011; Moreira, Martins, Gouveia & Canavarro, 2015), a qualidade relacional percebida (Inventário das Componentes da Qualidade Relacional Percebida – Fletcher, Simpson & Thomas, 2000; Crespo, Narciso & Costa, 2004) e a satisfação com a vida (Escala de Satisfação com a Vida – Diener, Emmons, Larsen & Griffin, 1985; Neto, 1993). Os resultados demonstraram que o evitamento e ansiedade, qualidade relacional percebida e satisfação com a vida não diferiram em função do sexo e da nacionalidade dos indivíduos. Relativamente à tipologia da relação, as mulheres casadas apresentaram níveis mais elevados de satisfação com a vida do que mulheres, em situação de união de facto. Após a análise das correlações individuais e diádicas entre as variáveis em estudo, realizaram-se quatro análises de regressão múltipla hierárquica. Verificou-se que o evitamento e a ansiedade nas mulheres e o evitamento dos homens estava negativamente associada à qualidade relacional percebida das mulheres. Para os homens, os seus níveis de evitamento e de ansiedade e os níveis de evitamento das mulheres estavam negativamente associados à sua perceção de qualidade da relação. Relativamente à satisfação com a vida, quer para mulheres, quer para homens, os seus próprios níveis de evitamento e o estar casado (vs. em união de facto) estavam associados a níveis mais elevados de satisfação com a vida. Os resultados, bem como as suas implicações para a investigação e intervenção são discutidos e integrados à luz da Psicologia da Família.
In the current context of globalization, the number of intercultural amorous relationships is expanding, not only in Portugal, but also internationally. Taking into account this reality and the lack of research on this topic, the present study aimed to deepen the current scientific knowledge about the intercultural couples. The main objective was to evaluate the associations between amorous attachment (avoidance and anxiety), perceived relational quality and satisfaction with life, in a sample of 84 intercultural couples living in Portugal. The participants (N = 164), 48 married and 36 cohabiting couples, for 13 years on average (M=12.61; SD=12.20) filled self-report measures assessing romantic attachment (Experiences in Relational Relationships – Relational Structures – Fraley, Heffernan, Vicary and Brumbaught, 2011; Moreira, Martins, Gouveia and Canavarro, 2015), perceived relationship quality (Inventory of Perceived Relational Quality Components – Fletcher, Simpson and Thomas, 2000; Crespo, Narciso and Costa, 2004) and satisfaction with the life (Scale of Satisfaction with the Life – Diener, Emmons, Larsen and Griffin, 1985; Neto, 1993). The results showed that avoidance and anxiety, perceived relationship quality and satisfaction with life did not differ according to sex or nationality. Regarding the typology of the relationship, married women had higher levels of satisfaction with life than women in a cohabiting relationship. After analyzing the individual and dyadic correlations between the variables, four hierarchical multiple regression analyses were performed. Avoidance and anxiety in women and avoidance in men were negatively associated with the perceived relational quality of women. For men, their avoidance and anxiety levels and women’s avoidance were negatively associated with their perceived quality of the relationship. With regard to life satisfaction, both for women and men, their own levels of avoidance and being married (vs. cohabiting) were associated with higher levels of life satisfaction. The results, as well as their implications for research and intervention are discussed in the light of the field of Family Psychology.
