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Deuses em festa: os grandes festivais religiosos do império novo

Author(s): Filipe, Pedro Miguel dos Reis

Date: 2012

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/6166

Origin: Repositório da Universidade de Lisboa

Subject(s): Festas religiosas - Egipto - Antiguidade; Religião egípcia; Mitologia egípcia; Teses de mestrado - 2012


Description

Tese de mestrado, História antiga, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2012

O período egípcio conhecido como Império Novo estendeu-se desde 1560 a. C. até 1170 a. C. Foi uma era particularmente impressionante e é a mais bem conhecida pelo mundo contemporâneo, especialmente depois da descoberta por Howard Carter do túmulo de Tutankhamon, em 1922. O Império Novo produziu não só este jovem rei, como também a mulher-faraó Hatchepsut, Tutmés III, Amenhotep III, Ramsés II, entre muitos outros grandes governantes. Os territórios que estes faraós expandiram através da guerra, diplomacia e comércio, trouxeram para o Egipto séculos de prosperidade económica e relativa estabilidade política. Os despojos de muitas campanhas militares e o tributo pago pelos estados conquistados traduziram-se, por exemplo, numa actividade arquitectónica tremenda: foram construidos novos templos e outros restaurados ou alargados. Especialmente favorecidos, foram o deus Amon e o seu grande templo de Karnak. Com muitos deuses locais e nacionais, a religião no antigo Egipto explicava os mistérios do Universo e actuava como ligação social. Esta relação com o sobrenatural englobava muitos aspectos sociais e históricos, tão ricos como a própria religião. Baseado em autores actuais e em fontes da época, este trabalho estuda um dos aspectos mais relevantes da religiosidade egípcia durante o Império Novo – a celebração de grandes festivais religiosos. Estes consistiam em festividades importantes, como o Festival de Opet, a Bela Festa do Vale, ou os festivais de Khoiak, que se centravam em procissões por terra e/ ou rio entre diferentes templos e que eram celebrados em dias especiais do ano. Nessas ocasiões, cada deus deixava o seu santuário na sua respectiva barca sagrada, permitindo uma oportunidade única para o público em geral poder ter algum contacto com a imagem da divindade. Os festejos populares consistiam também em comer pão e carne e beber cerveja. Em muitas das ocasiões, a comida consumida parece ter sido fornecida pelos sacerdotes dos templos. No final, estes festivais contribuíam não só para uma adequada transmissão dos valores religiosos, como também para a paz social e a manutenção da realeza egípcia.

ABSTRACT: The Egyptian period, known as The New Kingdom, extended from 1560 B.C. to 1170 B.C. It was a particularly impressive era and the most well known to the contemporary world, especially after Howard Carter’s discovery of Tutankhamen tomb, in 1922. The New Kingdom produced not only this young king, but also the female pharaoh Hatshepsut, Thutmose III, Amenhotep III, Ramses II, and many others great rulers. The territories that these pharaohs expanded through war, diplomacy and trade brought to Egypt centuries of economic prosperity and relative political stability. The spoils from many military campaigns and the tribute paid by conquered states were translated, for example, in a tremendous urban activity: new temples were builted; others were restored or enlarged. Especially favored were the god Amun and his great temple at Karnak. With many local and national gods, the religion in ancient Egypt explained the mysteries of the Universe and acted as social glue. This relation to the supernatural faces many social and historical aspects as rich as the religion itself. Based on current authors and in contemporary sources, this work studies one of the most important aspects of Egyptian religiosity during the New Kingdom - the celebration of great religious festivals. They consisted in important festivities, like the Opet Festival, the Beautiful Feast of the Valley or the Khoiak Festivals, centered on processions by land and river between different temples, and were celebrated on specials days of the year. On these occasions, each god left his sanctuary in his own sacred bark and allowed the only opportunity for the general public to have some contact with the deity’s image. The popular carousing also consisted of eating bread and meat and drinking beer. On many occasions, the food consumed appears to have been provided by the temple priests. In the end, these festivals contributed not only to a proper transmission of religious values, but also for the maintenance of social peace and Egyptian royalty.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Sales, José das Candeias,1962-
Contributor(s) Repositório da Universidade de Lisboa
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