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Relação entre o tempo de aleitamento materno exclusivo e o IMC aos 6, 7, 8 e 9 anos de idade

Author(s): Almeida, Elisabete Bastos de, 1984-

Date: 2012

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/7376

Origin: Repositório da Universidade de Lisboa

Subject(s): Aleitamento materno exclusivo; Prevenção; Obesidade; Teses de mestrado - 2012


Description

Tese de mestrado, Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2012

Esta dissertação original é apresentada ao Conselho de Mestrado e Conselho Científico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa no âmbito do Curso de Mestrado em Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar, e tem como objectivo principal avaliar a relação entre o tempo de aleitamento exclusivo e o índice de massa corporal (IMC) aos 6,7,8, e 9 anos de idade. A população em estudo definida para esta investigação foi constituída por crianças com 6, 7, 8 e 9 anos de idade que frequentavam as escolas de ensino público do agrupamento de escolas de Arouca, no ano lectivo 2010 – 2011, num total de 652 crianças, sendo a amostra da investigação constituída por 103 crianças. No que diz respeito às crianças, a amostra inclui 52,4% de crianças do género masculino e 47,6% do género feminino. A média de idades foi de 7,85 anos (desvio-padrão =1,052). A média de alturas foi de 1,35 metros (desvio-padrão = 0,09) e a média de pesos de 32,71 kilogramas (desvio-padrão = 7,45). Em termos medianos, no que se refere ao género, as diferençais observadas nos percentis de IMC não foram estatisticamente significativas. O mesmo se verificou no que se refere às diferentes idades. No que respeita aos ascendentes directos, verificou-se que a média de idades dos pais foi de 39,56 anos (desvio-padrão = 6,167), e das mães de 36,31 anos (desvio-padrão = 5,369). Quanto à escolaridade, 23,4% dos pais tinham o 4º ano de escolaridade, 51,6% o 6º ano, 18,8% o 9º ano, 4,7% o 12º ano e 1,6% um curso de ensino superior. No que respeita às mães, 10,7% tinham o 4º ano de escolaridade, 49,5% o 6º ano, 22,3% o 9º ano, 11,7% o 12º ano e 5,8% um curso de ensino superior. No que respeita ao rendimento mensal do agregado familiar verifica-se que 1,9% dos agregados familiares tinham um rendimento mensal inferior a €250, 1,9% entre €250 a €500, 70,9% entre €500 a €1000, 20,4% entre €1000 a €2000 e 4,9% superior a €2000. Da amostra em estudo, 14,1% dos casais eram normoponderais, 35,9% tinham um elemento obeso, e em 50% ambos eram obesos. Quanto às crianças, 1,9% tinham baixo peso, 58,3% eram normoponderais, 22,3% tinham excesso de peso e 17,5% eram obesas. A análise do IMC dos ascendentes directos mostra que 45,3% dos pais tinham excesso de peso, 20,3% apresentavam obesidade classe I e 6,3% apresentavam obesidade classe II. No que se refere às mães, 30,1% eram normoponderais, 50,5% tinanham excesso de peso, 15,5% apresentavam obesidade classe I e 3,9% apresentavam obesidade classe II. Verificou-se que a classificação das crianças, em função do seu IMC, é independente da idade e da escolaridade do pai e da mãe. É também independente do rendimento mensal do agregado familiar e da classificação do casal, no que se refere ao IMC. Revelou-se ainda independente da classificação do pai mas dependente da classificação da mãe no que respeita ao seu IMC. Quanto ao aleitamento materno, 7,8% das crianças não foram amamentadas exclusivamente ou foram amamentadas menos de um mês, 19,4% foram amamentadas entre 1 a 2 meses, 14,6% entre 2 a 3 meses, 6,8% entre 3 a 4 meses, 15,5% entre 4 a 5 meses, 11,7% entre 5 a 6 meses e 24,3% durante 6 meses. Verificou-se que a incidência de excesso de peso e obesidade infantil foi dependente do tempo de aleitamento materno exclusivo. O tempo de aleitamento materno exclusivo mostrou ser o factor com maior significância, no que diz respeito à protecção do excesso de peso e obesidade das crianças incluídas neste estudo. Da revisão da literatura efectuada, com o objectivo de rever e sistematizar, com base na evidência, a informação publicada sobre o aleitamento materno exclusivo como factor protector da obesidade infantil, conclui-se que não há consenso sobre o facto de o aleitamento materno exclusivo funcionar como factor protetor. Apesar deste consenso não se verificar, o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de idade tem sido um comportamento incentivado através de políticas públicas de saúde, com o intuito de contribuir para o controlo da obesidade infantil.

This original dissertation is presented to the Scientific Board of Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa included in the Master Degree in Metabolic Diseases and Eating behavior. Its main purpose is to describe the relationship between time of exclusive maternal breastfeeding and Body Mass Index (BMI) among children aged 6, 7, 8 and 9 years old. The population defined in this research included 103 out of the 652 children aged between 6 and 9 years old, attending the public school network at Arouca in the academic year of 2010 –2011. Of these 103 students 52,4% were males and 47,6% females, mean age 7,85 (SD=1,052), mean height 1,35 m (SD=0,09), mean weight 32,71 kg (SD=7,45). No significant differences were found in the children’s BMI percentiles considering gender and age. Father’s and mother’s mean age was 39,56 years (SD=6,167) and 36,31 years (SD=5,369), respectively. In terms of education, 23,4% of the fathers had the 4th grade, 51,6% the 6th grade, 18,8% the 9th grade, 4,7% the 12th grade and 1,6%a college degree. Among mothers, 10,7% had the 4th grade, 49,5% the 6th grade, 22,3% the 9th grade, 11,7% the 12th grade and 5,8% a college degree. Regarding family monthly income, 1,9% of the families had a monthly income “below 250€”, 1,9% “between 250€ and 500€”, 70,9% “between 500€ and 1000€”, 20,4% “between 1000€ and 2000€”, 4,9% “above 2000€”. 14,1% of the couples had BMI within the normal range, in 35,9% one of the parents was obese and in 50% both parents were obese.45,3% of the fathers were overweight (20,3% at grade 1 and 6,3% at grade 2) and 50,5% of the mothers (15,5% at grade 1 and 3,9% at grade 2).1,9% of the children were classified as thin, 58,3% had normal BMI, 22,3% were overweight and 17,5% obese. Children's BMI was found to be independent of age and level of parental education. It was also independent of the monthly income of the household and of the couple's BMI. Children's BMI proved to be independent of the father's BMI classification but dependent on the mother's. Regarding breastfeeding, 7,8% of the children were not breastfed or were breastfed for less than one month, 19,4% of the children were breastfed between 1 to 2 months, 14,6% between 2 to 3 months, 6,8% between 3 to 4 months, 15,5% between 4 to 5 months, 11,7% between 5 to 6 months and 24,3% during 6 months. In the studied sample, time of exclusive maternal breastfeeding appeared to be the most significant protective factor against childhood obesity or even overweight. A literature search was performed, in order to analyze and systematize, based on evidence, published research on childhood obesity and maternal breastfeeding, with special focus on publications concerning exclusive maternal breastfeeding as a protective factor against childhood obesity. There is no consensus on the protective factor of exclusive maternal breastfeeding in childhood obesity. Despite this lack of consensus, exclusive maternal breastfeeding up to 6 months old has been a measure encouraged by most Public Health politics in order to mitigate childhood obesity problem.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Carvalheiro, Manuela; Fonseca, Maria Helena Regalo da, 1956-
Contributor(s) Repositório da Universidade de Lisboa
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