Author(s):
Querido, Jaílson Fernando Brito
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/7749
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Triatoma vírus (TrV); Triatoma infestans; Doença de Chagas; Controlo Biológico; Teses de mestrado - 2011
Description
Tese de mestrado em Bioquímica (Bioquímica Médica), apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2011
O Triatoma Vírus (TrV) é um patogénio de Triatoma infestans, o mais importante vector responsável pela Tripanosomose Americana, patologia também conhecida como doença de Chagas, causada pela infecção com o protozoário Trypanosoma cruzi. Devido ao seu modo de transmissão, especula-se que milhões de seres humanos e animais residentes em zonas endémicas para a doença de Chagas já estiveram expostos ao TrV. No entanto, até à presente data o TrV só foi encontrado em populações de triatomíneos de algumas regiões da Argentina. Tendo em conta a transmissão horizontal, vertical bem como a alta patogenicidade, o TrV é considerado um potencial agente no controlo biológico do Triatoma infestans. Contudo, alguns aspectos permanecem por esclarecer, como a infectividade de TrV em modelo animal. Assim, os dois principais objectivos deste estudo são pesquisar a presença de anticorpos anti-TrV em soros de pacientes com doença de Chagas, residentes ou não em países endémicos e estudar a possível infectividade de TrV em modelo animal (Mus musculus, BALB/c). Na pesquisa de anticorpos anti-TrV em soros de pacientes com doença de Chagas utilizou-se soros de pacientes residentes no Brasil, Cuba e soros de pacientes residentes em Portugal e que estiveram em zonas endémicas para a doença de Chagas. No estudo da possível infectividade do TrV utilizou-se cinco grupos de murganhos Mus musculus (BALB/c), onde cada grupo foi inoculado com diferentes concentrações de TrV e partículas vazias de TrV. A partir da análise imunoquímica, através de ELISA anti-TrV, pode-se constatar que não é possível encontrar anticorpos específicos anti-TrV em soros desses pacientes. Contudo, pode-se observar que todos os soros de pacientes com doença de Chagas, bem como soros de pacientes que nunca estiveram em zonas endémicas para a doença de Chagas apresentam uma certa reactividade frente a antigénios do TrV. A análise das amostras de sangue e do soro dos murganhos por RT-PCR e por ELISA, permite concluir que TrV não é infectivo para murganhos. Estes resultados em conjunto, bem como os resultados de estudos anteriores podem reforçar a hipótese da utilização de TrV como ferramenta no controlo biológico da doença de Chagas.
Triatoma virus (TrV) is a viral pathogen of the blood-sucking reduviid bug Triatoma infestans, the main vector of human Chagas disease, also called American Trypanosomiasis, caused by infection with the protozoan Trypanosoma cruzi. Due to its mode of transmission, it is speculated that millions of humans and animals living in endemic areas for Chagas disease have been exposed to the TrV. However, to date the TrV was only found in populations of triatomines from Argentina. Taking into account the horizontal and vertical transmission as well as the high pathogenicity, the TrV is considered a potential agent in biological control of Triatoma infestans. However, some aspects remain unclear, as the TrV infectivity in an animal model. Thus, the two main purpose of this study are to research the presence of anti-TrV antibody in sera of patients with Chagas disease, residents or non in endemic countries and study the possible infectivity of TrV in an animal model (Mus musculus, BALB/c). In search of anti-TrV antibody in serum of patients with Chagas disease, we used serum of patients from Brazil, Cuba and serum from patients who living in Portugal, but were in endemic areas for Chagas disease. In the study of possible infectivity of TrV were used five groups of mice Mus musculus (BALB/c), and each group was inoculated with different concentrations of TrV and empty particles of TrV. From immunochemistry analysis, by ELISA anti-TrV, we note that we cannot find specific antibodies anti-TrV in serum of these patients. However it can be observed that all serum from patients with Chagas disease and serum from patients who never have been in endemic areas for Chagas disease have some reactivity against TrV antigen. The analysis of blood samples and serum of mice by RT-PCR and ELISA, allow us to conclude that TrV is not infective to mice. These results together and the results of previous studies may reinforce the hypothesis that TrV is a potential control agent against the vectors of Chagas disease.