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Apanhados na rede. Considerações acerca das noções de progresso e modernidade na comunidade piscatória de Porto Formoso

Author(s): Langreo, Amaya Sumpsi

Date: 2012

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/10600

Origin: Repositório Institucional da UNL

Subject(s): Modernidade; Progresso; Pesca; Turismo; Natureza; Património


Description

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Antropologia e Culturas Visuais

Um porto de pesca natural e a ruína de um “castelo”. Uma pequena comunidade de pescadores, na costa norte da ilha de São Miguel, que se quer integrar nos circuitos globais e discute como. Em Porto Formoso ninguém parece duvidar de que o “progresso” não pode ser travado, mas nem todos concordam sobre o modo como esse progresso deve ser concretizado. Se muitos acreditam ser necessário fazer obras em cimento para melhorar o porto e viabilizar assim o futuro da pesca, uma profissão identitária da freguesia, outros preferem desactivar o porto e reconverter o lugar num destino turístico, apostando pelo seu valor natural e histórico e aderindo assim aos discursos do poder que alimentam a ideia de que tornar-se um destino turístico é sinónimo de crescimento, progresso, enriquecimento e emprego. Os habitantes de Porto Formoso movimentam-se assim entre múltiplas opiniões e perspectivas, às vezes contraditórias, que evidenciam diferentes formas de pensamento, de se perceber a modernidade e o progresso, de se sentir no presente e de se projectar no futuro. Questões sociais, culturais, laborais e de identidade complexificam os avanços num ou noutro sentido, e põem em relevo a profundidade dos factores que intervêm na construção identitária de um local e na sua mercadorização. Estão em causa dois modelos de desenvolvimento, dois caminhos possíveis para integrar esta localidade nos circuitos globais através da sua modernização. Mas é a “modernidade” a valorização do passado ou o afastamento do mesmo? Museus ou cais? Turistas ou pescadores? E ainda mais: qual é esse passado de que se fala em Porto Formoso? Pesca ou história? O Homem ou a Natureza? As discussões que se vivem no Porto Formoso reflectem uma discussão que se propaga pelo mundo, e num momento em que as estruturas tradicionais e os sistemas de valores estabelecidos cambaleiam, a ausência de referências firmes, característica da “modernidade”, faz com que os conceitos de futuro, em relação ao presente e ao passado nadem na ambiguidade e na incerteza. Neste sentido, este trabalho pretende reflectir sobre os valores que se põem em causa e os que prevalecem aquando desta discussão.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Contributor(s) RUN
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