Author(s):
Vicente, Andrea Maria Silva Lubrano Barbosa
Date: 2016
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/18489
Origin: Repositório Institucional da UNL
Subject(s): Água potável; Filtros de celulose; Nanopartículas de prata; Nanopartículas de óxido de zinco; Efeito biocida; E.coli.; Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia Química
Description
O acesso a água potável está longe de poder ser considerado universal. O consumo de água contaminada provoca a morte de milhões de pessoas ao nível global. Anualmente, 1,87 milhões de crianças morrem por doenças diarreicas provocadas pelo consumo de água contaminada. Um dos principais agentes etiológicos é a bactéria coliforme Escherichia coli, atualmente usada como indicador de contaminação fecal. A dificuldade de acesso a água potável é, por tais motivos, uma questão de saúde pública. A nanotecnologia tem despertado o interesse da comunidade científica, pelas várias aplicações dos materiais à nanoescala. Uma delas é a utilização de nanopartículas como agentes antimicrobianos. As nanopartículas de prata e de óxido de zinco têm sido alvo de vários estudos, pelas suas propriedades antimicrobianas. Tendo em conta a problemática do acesso a água potável, procurou-se aliar as propriedades das nanopartículas à necessidade de criar uma alternativa a baixo custo para o tratamento de água contaminada com E.coli. O papel surge como o substrato ideal para o efeito. Trata-se de um material poroso, de baixo custo, atóxico, biocompatível e biodegradável. O papel utilizado foi o filtro de café Home7 nº4, no qual foram incorporadas nanopartículas de óxido de zinco e de prata. Foram preparados quatro tipos de filtros: impregnados com nanopartículas de óxido de zinco, com nanopartículas de prata, e duas duplas impregnações, alterando a ordem de incorporação das partículas. Os filtros foram caraterizados morfológica, estrutural e quimicamente e foram feitos os ensaios de filtração e testes microbiológicos. Foi feita a quantificação dos iões zinco e prata nos filtros e respetivas soluções de síntese e águas de lavagem, a partir da qual se obteve informação sobre a eficiência do procedimento de impregnação e as perdas de nanopartículas devido à dupla impregnação. Nos dois últimos foram utilizadas estruturas de filtros empilhados, em que se alternaram filtros virgens e impregnados. Foram testados dois tipos de pilhas: com três e com cinco filtros, verificando-se a diminuição da velocidade no segundo tipo de pilha. No que concerne à atividade antimicrobiana, só foi observada nos filtros impregnados com nanopartículas de prata, sem que se tenha conseguido perceber se o efeito foi bactericida ou bacteriostático. Verificou-se uma grande discrepância nos resultados obtidos, indicando que o procedimento deverá ser otimizado, com vista a obter resultados mais consistentes e reprodutíveis.