Document details

Cabo Verde na encruzilhada (Trans)Atlântica: posicionamento geopolítico e a necessidade de uma política externa de segurança e defesa

Author(s): Tavares, Adilson de Jesus Cabral

Date: 2016

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/20149

Origin: Repositório Institucional da UNL

Subject(s): Cabo Verde; Cape Verde; Complexo Atlântico; Atlantic Complex; Defesa; Defence; Segurança; Security; Política Externa; Foreign Policy; Cooperação Internacional; International Cooperation; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências Políticas


Description

A partir dos finais do século XX, face a uma reconfiguração geopolítica mundial resultante dos grandes conflitos internacionais, da proliferação das organizações internacionais, do recrudescimento das criminalidades organizadas transnacionais e do terrorismo internacional, do impacto das alterações climáticas, as crescentes preocupações com as questões humanitárias e com a segurança alimentar – o conceito de segurança deixou de ser restrito apenas aos Estados nacionais e assente num paradigma de análise conflitual-competitiva, evoluindo para os conceitos de segurança cooperativa, segurança funcional ou partilhada, segurança internacional, segurança humana, segurança comum ou global. Cabo Verde apresenta uma posição bastante vulnerável em relação aos fenómenos supramencionados, como consequência do seu posicionamento geopolítico. Esta investigação pretende averiguar como a política externa de segurança e defesa pode ser uma alternativa para Cabo Verde no combate às ameaças globais, e quais os possíveis modelos e modus operandi da sua materialização, socorrendo-se de dados qualitativos e quantitativos segundo uma metodologia indutiva/interpretativa, para diagnosticar as condicionantes e a evolução das políticas, e dedutiva/prospectiva, para definir um cenário plausível de políticas. Os resultados da investigação apontam para a necessidade de uma estreita correlação entre as políticas de segurança interna e externa. Na política interna, terá de apostar nas políticas sociais (combate ao desemprego e à desigualdades sociais, reinserção social dos reclusos, prevenção e redução de procura das drogas ilícitas), e no combate à corrupção. No entanto, as dinâmicas sociais e securitárias internas não podem ser analisadas desenquadradas do ambiente estratégico e das metamorfoses das dinâmicas sociais, políticas e securitárias internacionais, e seus impactos negativos no agravamento e aceleração das dinâmicas endógenas. Destaca-se o impacto do narcotráfico internacional, mas as outras formas de criminalidade não podem ser desvalorizadas. Assim, na política externa, a (re)definição dos eixos estratégicos de acção deve potenciar os parceiros externos, particularmente, na vertente da cooperação securitária. Para além da Europa, deve-se tirar partido da cooperação Sul-Sul, com destaque para o Brasil, a China, o Senegal, além das regiões autónomas da Madeira (Portugal) e das Ilhas Canárias (Espanha).

Since the late 20th century, in the face of a world geopolitical reconfiguring due to wide international conflicts, to the proliferation of international organizations, the resurgence of transnational organized crime and international terrorism, to the impact of climate change, growing humanitarian concerns and food security – the concept of security ceased being restricted to national states and to rest on a conflictual-competitive paradigm of analysis, and evolved into the concepts of cooperative security, functional or shared security, international security, human security, and common or global security. Cape Verde presents a rather vulnerable position regarding the above mentioned phenomena, as a consequence of its geopolitical location. This research aims to assess how a foreign policy for security and defence may be an alternative for Cape Verde in fighting global threats, and what the models and the modus operandi for its implementations might be. It used qualitative and quantitative data combining an inductive/interpretive methodology to assess the constraints and the evolution of policies, with a deductive/prospective one in order to define a plausible policy scenario. The results point to the need for a close correlation between domestic and foreign security policies. Domestic policy will have to bet on social policies (fight against unemployment and social inequalities, social reinsertion of convicts, preventing and reducing the use of illicit substances) and on fighting corruption. Nevertheless, domestic social and security dynamics should not be analysed outside the framework of the wider strategic environment and of the metamorphoses of the international social, political and security dynamics, and of their negative impacts on the worsening and acceleration of endogenous dynamics. The impact of the international traffic in narcotics is to be stressed, but other forms of criminality should not be discarded as well. Concerning foreign policy, therefore, the (re)definition of strategic axes for action should build on external partners’ potential, especially in the realm of security cooperation. Besides Europe, South-South cooperation should be taken advantage of, with emphasis on Brazil, China and Senegal, along with the autonomous region of Madeira (Portugal) and the Canary Islands (Spain).

Apoio Financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian

Document Type Doctoral thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Fernandes, António Horta; Santos, Rui
Contributor(s) RUN
CC Licence
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Related documents

No related documents