Author(s): Nunes, Ana Sofia Ramos de Abreu
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/5343
Origin: Repositório Institucional da UNL
Subject(s): Acaso; Acontecimento; Colaboração; Comunidade
Author(s): Nunes, Ana Sofia Ramos de Abreu
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/5343
Origin: Repositório Institucional da UNL
Subject(s): Acaso; Acontecimento; Colaboração; Comunidade
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Comunicação – Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias.
A presente tese de mestrado propõe uma nova leitura sobre as obras do artista plástico Pierre Huyghe a partir da categoria de acontecimento desenvolvida por Gilles Deleuze. Pierre Huyghe pertence à geração de artistas que se afirmou no decorrer da década de noventa do século XX. Por oposição à estética convencionalista, Huyghe e os seus colegas procuraram dar continuidade a um projecto de arte crítica que consistiu no alargamento do campo artístico a contextos sociais, cujas referências remontam à história das vanguardas, bem como ao desejo de aproximar a arte à vida. Desde cedo, que Pierre Huyghe se apropria de elementos do quotidiano, associados a tradições, como mitos, ou a formas culturais diversificadas, como o cinema ou a literatura, para os actualizar em situações performativas desempenhadas pelo público. Todavia, ao repor a arte na sua relação com o mundo, o artista não procura simplesmente juntar a arte e a vida, mas sobretudo de suster a tensão entre os pólos e testar as suas fronteiras, baralhando a estranheza da estética com o devir-vida da arte e o devir-arte da vida. Se, por um lado, a obra de Pierre Huyghe actua sobre esta tensão, por outro, nunca se manifesta enquanto lugar estável. Ela produz-se no espaço da indeterminação, gerando acontecimentos singulares que interrompem a ordem do espectável, introduzindo o absolutamente novo.