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Technical and economic viability of traps in the portuguese fishery of deepwater rose shrimp (Parapenaeus longirostris)

Author(s): Eichert, Moritz

Date: 2015

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.1/7702

Origin: Sapientia - Universidade do Algarve

Subject(s): Pescas; Aquacultura; Pesca de arrasto; Pesca de crustáceos; Meio ambiente; Destruição; Domínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Agricultura, Silvicultura e Pescas


Description

Dissertação de mestrado, Aquacultura e Pescas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, 2015

The Marine Strategic Framework Directive and the Reformed Common Fisheries Policy are following the ambitious objective to stop the loss of biodiversity and to make fisheries more sustainable. In most cases several fishing practices for one species exist, while in the exploitation of deepwater rose shrimp (Parapenaeus longirostris) and other nektobenthic crustacean, exploitation is exclusively reserved to the demersal trawling fleet. Because of the environmental impact of demersal trawling especially in deep waters and bycatch proportions exceeding ethical and ecological limits alternative fishing practices are needed urgently. In the Azores, Canary Islands and Cape Verde shrimp fisheries developed using semi-floating traps, the present work provides information about the feasibility of using such traps in a commonly trawling dominated fishery of the deepwater rose shrimp. However the low abundance of the specie made experimental conditions unfavorable. More frequent the golden shrimp (Plesionika martia), a scavenging specie was caught. A broad range of baits was tested, including fluorescent light and proceeded baits such as sardine paste (chum) with promising outcomes for future research in this field.

Na União Europeia, 88% dos stocks são explorados acima do rendimento máximo sustentável e 30% estão fora dos seus limites biológicos de segurança, com alterações que podem ser, em alguns casos, irreversíveis. O Comissário Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas resumiu a presente situação com as seguintes palavras: “ O negócio do costume deixou de ser uma opção”. A tentativa de reforma da Política Comum das Pescas passa pela Diretiva Quadro Estratégia Marinha (DQEM). Esta Directiva tem o ambicioso objectivo de impedir a perda de serviços dos ecossistemas e biodiversidade nas águas da UE e alcançar o Bom Estado Ambiental em 2020. Para o sector das pescas, está definido que até 2020, a captura de todos os stocks deverá estar dentro ou abaixo dos níveis de exploração que correspondem ao rendimento máximo sustentável e todos os recursos devem ser geridos através de uma abordagem ecossistémica. O Bom Estado Ambiental é definido por onze descritores, sendo que o sexto refere o seguinte: “a integridade do fundo marinho assegura o funcionamento do ecossistema”, dando uma especial atenção à protecção dos habitats bentónicos e ênfase à sua importância para o ecossistema. A pesca de arrasto envolve a tecnologia de pesca mais destrutiva, praticada geralmente à escala industrial, com elevados impactos na comunidade bentónica e elevadas proporções de bycatch que excedem os limites ecológicos e éticos. A pesca de arrasto demersal entra em conflito directo com as artes estáticas como palangres, armadilhas ou redes, e ocupa maioria das zonas de pesca. Devido a limitação da pesca de arrasto nos Açores, está a ser desenvolvida uma pesca com covos semi-flutuantes, com resultados promissores. As armadilhas não têm impacto na fauna e flora bentónicas. Para além das razões ecológicas e legais, outro factor importante é o benefício sócio-económico para a frota polivalente, visto que a poucos postos de trabalho. No entanto, a pesca com armadilhas é uma atividade que pode ser desenvolvida em embarcações de menores dimensões, envolvendo investimentos menores. A implementação de uma pesca de gamba com armadilhas em Portugal, iria proporcionar o aumento da rentabilidade de uma larga comunidade pesqueira que utiliza embarcações polivalentes. Assim, o presente trabalho tem como objectivo avaliar a viabilidade económica e técnica da pesca de gamba com covos semi-flutuantes. O projecto foi desenvolvido em duas áreas a Sul e Sudoeste da costa de Portugal. No total, foram executados 35 ensaios, e colocados 3413 covos. A espécie alvo foi captura em quantidade reduzida, devido provavelmente à utilização de isco pouco adequado. Os resultados de estudos realizados com a gamba indicam que esta espécie é principalmente predadora, alimentando-se de presas vivas, mais especificamente de um numero relativamente reduzido de poliquetas bentónicas e endobentónicos. O camarão mais capturado pelos covos foi o camarão marreco (Plesionika martia). As pescarias de crustáceos de profundidade nas Ilhas Canárias, Cabo Verde e Açores, estão também concentradas em espécies de Plesionika, mas contrariamente aos estas ilhas atlânticas as densidades estimadas são demasiado reduzidas para uma exploração económica viável. A enorme pressão sobre a gamba exercida pelo arrasto poderá estar a afectar igualmente outras espécies de crustáceos como o camarão marreco, visto que ambos os stocks se sobrepõem na mesma extensão batimétrica. Adicionalmente, o camarão marreco é uma espécie tropical que na costa portuguesa se encontra no limite Norte da sua distribuição geográfica. O trabalho realizado forneceu informação sobre os tipos de isco adequados. Para além do isco comum (peixe gordo) foram testados peixe triturado, ração de aquacultura e atratores luminosos fluorescentes. O peixe triturado acabou por ser mais eficaz do que o isco comum. A luz também produziu capturas significativamente mais elevadas que o isco comum. Este último resultado é muito importante e requererá mais investigação no futuro, visto que a utilização de peixe como isco permanece um tema crítico e a utilização de luz poderá ser uma das possíveis soluções, como substituto do isco tradicional, numa pesca mais sustentável e para espécies com estratégias alimentares muito específicas, como a gamba. Os crustáceos são o grupo de espécies capturadas mais rentável, tanto de captura selvagem como de produção em aquacultura. Infelizmente, são obtidos utilizando práticas de pesca e de cultivo que são destrutivas para com o meio ambiente. Os sistemas de aquacultura intensiva, na sua maioria instalados em antigas zonas de mangal, resultaram em grandes faixas de terra áridas e inférteis. Os impactos da pesca de arrasto demersal não têm o mesmo alcance visual, mas são comparáveis a actos de desflorestação. Neste contexto, o desenvolvimento de uma pescaria dirigida a camarões de profundidade utilizando artes de pesca de menores impactos, como as armadilhas, traria um enorme benefício dos pontos de vista ecológico e sócio-económico.

Document Type Master thesis
Language English
Advisor(s) Castro, Margarida
Contributor(s) Sapientia
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