Medo e auto-conceito infantil: estudo comparativo entre crianças portadoras de doença oncológica e crianças sem doença

• Author(s): Sequeira, Inês Raquel Antunes Ramos
• Date: 2011
• Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/2532
• Origin: uBibliorum
• Subject(s): Doença oncológica; Medo
• Document Type: Master thesis
• Language: Portuguese
• Advisor(s): Loureiro, Manuel Joaquim da Silva
• Contributor(s): uBibliorum

Description

Os anos intermédios da infância, entre os 5/ 6 e os 11 /12 anos, são frequentemente designados por anos escolares e dizem respeito a uma fase marcante do desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial da criança, sendo um período de importantes aquisições e aprendizagens. Mesmo perante os recentes avanços da medicina, o diagnóstico e a vivência da doença oncológica infantil representam acontecimentos inesperados e devastadores. Tendo a comparação de grupos como objectivo principal, esta investigação pretende analisar, compreender e caracterizar os medos desenvolvi mentais em função de diferentes variáveis sócio-demográficas e compreender se a doença oncológica representa um factor determinante no desenvolvimento dos medos e na formação do auto-conceito infantil. Para cumprir os objectivos propostos foi realizada a avaliação das variáveis psicológicas, através das escalas Fear Survey Schedule for Children - Revised e Piers-Harris Self Concept Scale - 2. Apresenta-se assim um estudo de natureza descritiva, correlacionaI e comparativa. A investigação incide sobre uma amostra de 307 participantes com idades compreendidas entre os 7 e os 12 anos de idade, pertencentes aos dois géneros e a frequentar entre o 2. o e o 6.° ano de escolaridade. Para realizar a comparação entre crianças foram constituídos dois grupos de participantes diferenciados pela condição de saúde. O grupo normativo (n=292) foi recolhido em três agrupamentos de escolas do concelho da Covilhã e o grupo clínico (n=15) recolhido em colaboração com as Consultas Externas e o Hospital de Dia do serviço de Hemato-Oncologia do Hospital Pediátrico de Coimbra. As principais conclusões do nosso estudo sugerem que as crianças com cancro se encontram bem ajustadas do ponto de vista psicológico, apresentando níveis de medo mais baixos e um auto-conceito mais elevado do que as crianças sem cancro. Em linhas gerais, os nossos resultados vieram confirmar a tendência observada nos últimos anos, que evidenciam a boa capacidade de adequação psicossocial destas crianças à doença em estudo.

The intermediate childhood age between 5/6 and 11 / 12 years old, usually designated as school age is an important physical, cognitive and psychosocial development phase, where learning and acquisitions are accomplished" Even with the recent advances on medical care and treatment, the childhood oncologic disease diagnosis and experience represent unaware and devastating events. Considering the group comparison as the main objective, this research work intends to analyse, understand and characterize the different socio-demographic variables dependencies on the developmental fears and to understand if the oncologic disease represents an important factor in the development of fears and in the children self-concept formation. To pursue the proposed objectives, the psycological variables evaluation was achieved using the Fear Survey Sehedule for Children - Re0sed scale and the Piers-Harris Sei! Coneept Seale - 2, introducing a descritive, correlational and comparative study. This research is focused over a sample with 307 participants with ages between 7 and 12 years old, of both genders, attending school between the second and the sixth grade. Children were divided into two groups based on their health condition, for comparison purposes. The normative group with 292 participants was collected in three schools of Covilhã county. The clinic group with 15 participants was cotlected with the cooperation of the External Consultations and Day Care Hospital of the Hematology-Oncology service of the Pediatric Hospital of Coimbra. The main conclusions of this study reveal that children with cancer are well adjusted from the psychological point of view, representing lower fear leveIs and higher self-concept than children without cancero ln general, these results confirmed the trend observed in recent years, and reveal the good psychosocial adaptation capacity of the children, to the studied disease.