Author(s):
Sousa, Marta Sofia Clara
Date: 2008
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/873
Origin: uBibliorum
Subject(s): Cefaleia - Mulher; Cefaleia - Mulher - Perturbação hormonal; Cefaleia - Mulher - Tratamento; Cefaleia - Menopausa; Cefaleia - Terapêutica de substituição hormonal
Description
As cefaleias são mais comuns no sexo feminino do que no masculino, facto que pode indicar que mecanismos endócrinos desempenhem um papel na sua fisiopatologia. As alterações hormonais associadas à menarca, ao uso de contraceptivos hormonais e/ou terapêutica de substituição hormonal, à gravidez e à menopausa são frequentemente acompanhadas de mudança no padrão e na frequência de enxaquecas. Data de 1972 um estudo conduzido por Somerville, que relacionou o aparecimento das crises menstruais com a privação abrupta do estrogénio plasmático na fase luteínica. A enxaqueca menstrual, no entanto, não é formalmente reconhecida pela CIC-II como entidade separada, mas a versão revisada de 2004 inclui-a no Apêndice como uma situação que ainda necessita de validação científica. No tratamento da enxaqueca menstrual as orientações iniciais devem compreender modificações de estilos de vida. A terapia farmacológica pode requerer abordagens profilácticas cíclicas específicas, mas deve ser empreendida uma primeira abordagem com drogas sintomáticas inespecíficas. As estratégias não farmacológicas consistem na utilização de técnicas específicas de relaxamento, retrocontrolo biológico (biofeedback), psicoterapia, acupunctura e técnicas cognitivo-comportamentais. Entre as cefaleias primárias, a influência hormonal permanece mais bem determinada e estabelecida para a enxaqueca, mas também parece ser exercida sobre as cefaleias em salvas e tipo tensão. Neste estudo, descrevem-se os progressos na compreensão das cefaleias e enfatiza-se a necessidade de elaborar algoritmos de tratamento baseados na evidência para auxiliar neurologistas, ginecologistas e médicos de família no tratamento desta condição comum.