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Política creditícia no Brasil: o sertão vai virar mar?

Author(s): Matos, Paulo ; Vasconcelos, Joyciane Coelho ; Penna, Christiano Modesto

Date: 2018

Origin: Oasisbr

Subject(s): Política creditícia; Formação de clubes de convergência; Desigualdade social


Description

The Brazilian northeast region – characterized by the lowest per capita gross domestic product, the highest rates of poverty and inequality and lowest human development and social welfare indices – would need almost 35 years to be able to achieve the same total real credit per capita level of South and Southeast regions, ceteris paribus, based on data up to December 2009. In this context of disparity, this article intends to address empirically the issues about the relationship between the credit market, growth, income distribution and social welfare. The main evidence obtained between January 2004 and December 2009, using the Phillips and Sul (2007) methodology, suggests that there is not a global and unique convergence for the trajectory of credit, but the formation of two clubs strongly characterized by the regional aspect, where the second club is composed by states of the northeast region, in addition to some states of the north one. In addition to the regional aspect, the default rates, the per capita gross domestic product, the proportion of poor people and the human development index are variables that characterize clearly the differences between the two clubs, suggesting that they can be used in studies of discriminant analysis. This evidence confirms the reality already reported in related papers regarding the existence of two economies in the same national territory, taking into account the income, social infrastructure, or credit allocation. It is possible to infer that the current credit policy, divergent and exclusionary of the poorer classes, is not an efficient social vector capable of reducing inequalities of Brazil.

A região Nordeste do Brasil – caracterizada pelo menor Produto Interno Bruto per capita, pelos maiores índices de pobreza e desigualdade e menores de desenvolvimento humano e bem estar – necessitaria de quase 35 anos para poder atingir o mesmo nível do estoque de crédito total real per capita das regiões Sul e Sudeste, ceteris paribus, com base nos dados até dezembro de 2009. Neste contexto de disparidade, este artigo se posiciona ao abordar empiricamente as questões associadas à relação entre o mercado de crédito e crescimento aliado à distribuição de renda e geração de bem estar. As principais evidências obtidas entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009, a partir do uso da técnica de Phillips e Sul (2007), sugerem não haver uma convergência global da trajetória de crédito, sendo a formação dos dois clubes fortemente caracterizados pelo aspecto regional, com representativa presença das unidades federativas da região Nordeste no segundo clube, além de estados da região Norte. Além do aspecto regional, a inadimplência, o Produto Interno Bruto per capita, a proporção de pobres e o Índice de Desenvolvimento Humano são variáveis que caracterizam as diferenças entre os dois clubes, sugerindo que as mesmas possam ser usadas em estudos de análise discriminante. Esta evidência corrobora a realidade já retratada em artigos correlatos da existência de duas economias em um mesmo território nacional, em termos de renda, infraestrutura social, ou alocação de crédito. É possível inferir que a atual política creditícia, divergente e excludente das classes mais pobres, não consiste em um vetor social eficiente capaz de agregar na redução das desigualdades do Brasil.

Document Type Journal article
Language Portuguese
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