Author(s):
Freitas, João Pedro Lopes Teixeira de
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/12673
Origin: Repositório da UTL
Subject(s): Neorrealismo; Reformismo-Teórico; Praxis Securitária; Lógica Sistémica-Bipartida; Segurança-Humana; Ameaças Emergentes; Hobbes; Waltz; Spykman; Geopolítica; Anarquia Estrutural; Binómio-de-Segurança
Description
Dissertação de Mestrado em Relações Internacionais - Especialização em Segurança e Informações
Para compreendermos a construção de uma Nova Agenda Securitária, e os respectivos potenciais contributos que o neorrealismo e, por acréscimo, que o realismo neoclássico têm a oferecer na mesma, devemos entender e apreender novos conceitos como, por exemplo, o da Segurança Humana, como processos analíticos descritivos e conceitos prescritivos ao mesmo tempo; como duas imagens sobrepostas. O Século XXI é marcado por uma materialização de diversos paradigmas que incorporam não só uma evolução complexa a nível de consciência social e política a nível internacional como integram também, em conjugação com essa evolução de consciência, diversos avanços técnicos e tecnológicos que eram apenas imaginados pela criatividade de alguns escritores há meros 20 anos. Estes paradigmas trouxeram e trazem alterações indeléveis à dinâmica interna e externa dos estados e às suas respectivas projecções securitárias. Seja no que concerne à análise, resposta ou doutrina, a digitalização da ameaça, em junção com a compreensão alargada e percepção unificada da existência efectiva de ameaças ecosistémicas (como exemplificado por Peter Stoett), levou a um novo e aprofundado entendimento multidimensional da Segurança. Este novo entendimento deve levar forçosamente a uma reforma, ou actualização, da Segurança (o conceito) e das propostas materiais (a praxis securitária) que esta deve conter. Achamos, assim, que o neorrealismo (e, de certa forma, o realismo neoclássico) tem um contributo de inegável relevo a oferecer nesta transformação e reavaliação, tanto teórica como prática, das prioridades securitárias e da agenda que estas devem ocupar.
Estabelecendo-se um binómio analítico entre o modelo clássico de Segurança e o modelo de Segurança Humana, ascende-se a um desenvolvimento subsequente de agendas securitárias mais adaptáveis e moldadas à realidade hodierna transnacional, que eventualmente garantirão condições de crescimento e desenvolvimento de novas relações de interdependência; reduzindo talvez as tendências hostis (maximalistas, de guerra portanto) mesmo no contexto da estrutura anárquica do sistema internacional – ao momento considerado, possivelmente, como sistema transnacional. Tal significa que a segunda componente da realização securitária holística teorizada por Thomas Hobbes poderá ser aproximada, elevando os estados a um novo patamar de Agendas, ou políticas públicas, de Segurança. Tudo consistindo num processo e entendimento neorrealistas, de base Waltziana mas dotados de reformas teóricas adequadas, a exercer o aproveitamento de conceptualizações das teorias críticas e a integrar parte das suas postulações na lógica sistémica bipartida proposta nesta Tese. Desta forma, integramos também a formulação de agendas securitárias num processo analítico e prescritivo tipicamente geopolítico – essencial a uma adaptabilidade das agendas à natureza volátil (e estrutural) das ameaças emergentes que abordaremos em detalhe na Tese.