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Relação entre gestão de risco e corporate governance: a intervenção do estado como desincentivo à gestão eficiente do risco

Author(s): Resende, Hugo Miguel Martins

Date: 2010

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/2826

Origin: Repositório da UTL


Description

Mestrado em Economia Monetária e Financeira

No seguimento da crise financeira mundial vivida nos anos de 2008 e 2009, que teve como consequência a falência e a intervenção dos governos e bancos centrais em instituições financeiras, a corporate governance e a (in)desejabilidade da intervenção tornaram-se temas centrais no meio académico e político, encontrando neste momento duas correntes opostas na literatura. A principal questão que divide estas duas correntes prende-se com as consequências negativas que a intervenção pode trazer ao mercado e à economia, pelo enfraquecimento dos mecanismos de corporate governance, nomeadamente através do maior apetite pela realização de resultados de curto prazo e do aumento da assunção de risco por parte das instituições. Da literatura existente concluí-se que, na realidade, existe um custo para economia proveniente da falência de instituições financeiras, mas, no entanto, também existe um elevado custo e aumento do risco de crises futuras aquando da intervenção das autoridades para evitar essas falências. A conclusão que se retira deste estudo é que as autoridades deverão ter uma intervenção muito forte nas causas que dão origem às falências e às crises bancárias e na implementação de acções e mecanismos que diminuam a severidade das mesmas quando é inevitável a sua ocorrência, com elevado enfoque na supervisão bancária. Na eventualidade da falência/crise acontecer, a autoridade deverá optar pelo método da ambiguidade construtiva para a sua intervenção, devendo apenas intervir em casos muito limitados, mais de origem externa, evitando a intervenção em casos de origem interna, como fraudes internas ou gestão danosa, limitando assim a criação de expectativas de nova intervenção futura, o que reduz o incentivo para aumentar o risco que a instituição enfrenta.

The financial crisis that had occurred during 2008 and 2009 caused many bank failures that induced governments and central banks to intervene. Consequently, corporate governance and the desirability of intervention in financial institutions became central topics for debate in the academic and political arena. In this sense we can find in the literature two opposite theories, separated by the importance given to the negative effects of the intervention that deteriorate the corporate governance mechanisms, leading to an increase of the banks' appetite for short term results and for risk. It can be concluded that there is a cost induced by a bank failure but there is also a cost caused by intervention of public authorities in financial institutions in distress by increasing the likelihood of future bank failures or banking crisis. From the literature one can conclude that authorities should have their attention more focused on the causes of the bank failures and banking crisis, implementing measures to mitigate their severity, rather than in their consequences. However when the bank failure is inevitable, the authorities should implement the constructive ambiguity method, based on the intervention only in limited situations: intervening in situations related to external events, namely a general liquidity crisis, and avoid intervening in situations caused by internal events like fraud or mismanagement, thus decreasing the expectations of future interventions and reducing the incentives to increase the risk taken by banks.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Borges, Maria Rosa
Contributor(s) Repositório da Universidade de Lisboa
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