Author(s):
Custódio, Soraia Isabel Vinagre
Date: 2014
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/6846
Origin: Repositório da UTL
Subject(s): Carga de treino; Fadiga; Macrociclo; Natação; Taper; Treino desportivo; Variabilidade da frequência cardíaca
Description
Mestrado em Treino Desportivo
A relação entre a regulação autonómica da função cardíaca avaliada através da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e os diferentes estados de treino e fadiga que caracterizam o processo de treino em atletas de nível elevado de desempenho continua pouco clara. O objectivo deste estudo foi analisar a variação de parâmetros da VFC em diferentes momentos de uma época desportiva de modo a poder confirmar a sua utilidade enquanto indicadores de fadiga e de adaptação induzidas pelo treino. Para o efeito foram seleccionados 12 nadadores, 6 do sexo feminino (idade: 14,65 ± 1,47; altura: 162,40 ± 4,02; peso: 53,15 ± 4,42) e 6 do sexo masculino (idade: 17,61 ± 2,48; altura: 174,58 ± 7,04; peso: 67,83 ± 11,25), de nível nacional. Os 4 momentos de avaliação ocorreram num mesmo macrociclo: M1 nas duas semanas iniciais; M2 após a primeira fase de grande volume da carga de treino, M3 após a fase de maior intensidade de treino e M4 na segunda semana de taper. A frequência cardíaca foi recolhida sempre em decúbito dorsal, com ritmo respiratório controlado, durante 8 minutos, retendo-se os últimos 5 minutos para determinação dos parâmeros temporais e de frequência da VFC, a partir dos intervalos RR (Polar RS800 ™; Kubios HRV). O factor sexo não mostrou influenciar os valores de VFC, o que legitimou uma análise posterior considerando o grupo total de nadadores. No domínio temporal, verificou-se um aumento significativo entre M1 e M4 para os parâmetros RMSSD, NN50, e SD1, tendo-se o mesmo verificado entre M3 e M4 para pNN50. Em todos estes parâmetros houve tendência de decréscimo de M1 para M2, com posterior aumento para M3, não tendo estas variações atingido significância estatística. Os parâmetros no domínio da frequência não variaram significativamente. A variação dos parâmetros no domínio temporal da VFC ao longo da época de treino revela que houve reforço da influência vagal na função cardíaca destes atletas, denotando adaptações aeróbias ao treino e, entre os momentos 3 e 4, efeito imediato de um período de recuperação relativa que colocou os indivíduos no ponto máximo da sua capacidade de desempenho competitivo.