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Influência do espaço clínico nas relações interpessoais dos médicos e enfermeiros dum hospital psiquiátrico

Autor(es): Santos, Maria da Conceição

Data: 1997

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/896

Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário


Descrição

Dissertação de Mestrado em Comportamento Organizacional

Esta dissertação tem como finalidade descrever e analisar a influência do espaço de trabalho nas relações interpessoais dos médicos e enfermeiros. O estudo procura compreender o espaço hospitalar como núcleo de influência no processo de comunicação, e as relações interpessoais através das percepções dos profissionais. A inexistência de qualquer estudo que permitisse compreender a influência do espaço de trabalho nas relações interpessoais, foi um dos factores que contribui para c desenvolvimento deste tema. A abordagem teórica incidiu nos conceitos teóricos de Hall, Moles, Fischer e Barracho sobre o "Espaço", os das "Relações Interpessoais" em Heider, Littlejohn e outros. A operacionalidade do nosso estudo, teve por base os pressupostos dos estudos exploratórios. Limitou-se ao espaço hospitalar psiquiátrico do Hospital Júlio de Matos, atendendo à dimensão do estudo e à acessibilidade da colheita de dados. Para a realização do pré-teste, foi seleccionado o Hospital Sobral Cid-Coimbra, cujos espaços são semelhantes ao Hospital que pretendíamos estudar. O estudo, fundamenta-se na percepção de 103 sujeitos (médicos e enfermeiros) , que se encontam no exercicio das suas funções no período da aplicação do instrumento de colheita de dados. O método utilizado para instrumento de recolha de informação foi um questionário, com base nas entrevistas não estruturadas, análise documental/observação e entrevistas semi-estruturadas. A análise documental teve como finalidade a análise de peças desenhadas, a observação dos espaços dos serviços que permitem o agrupamento de acordo com as características arquitectónicas. O questionário, teve com base procurar avaliar as percepções dos médicos e enfermeiros {N=103), através da objectivação no que se refere ao espaço de trabalho e as relações interpessoais, o que permitiu associar as duas variáveis em estudo. Procurou-se complementar as opiniões recolhidas do questionários, através das entrevistas semi-estruturadas com aplicação de um inquérito gráfico a uma sub-amostra (N=33) sujeitos. As escalas foram aplicadas pela primeira vez num contexto hospitalar. A escala que avalia o espaço de trabalho foi uma tradução e confirmação da tradução por três juizes e adaptação à realidade do espaço hospitalar psiquiátrico do Hospital Júlio de Matos, cedida pelo Professor Fischer, a que avalia as relações interpessoais foi por nós construída, por tal facto procedemos à sua validação. Os serviços foram codificados e agrupados em Tipo A e Tipo B, consoante as características arquitectónicas apresen¬tadas . As variáveis controladas foram a idade, o sexo, e categoria profissional e a antiguidade (tempo de exercicio profissional na instituição) e serviço. As variáveis em estudo foram quantificadas de modo a permitir serem analisadas e trabalhadas com o valor da escala original [1-5]. Os dados recolhidos foram analisados e tratados estatisticamente através do programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences) por Windows, release 6.0, tendo procedido ao Teste de Igualdade de Médias. Análise de variáveis e correlação r de Pearson, o que permitiu analisar as questões em estudo. Procedemos à técnica de análise de conteúdo para analisar o conteúdo do discurso recolhido através das entrevistas semi-estruturadas. O presente estudo, revela que na globalidade os médicos e enfermeiros tem uma imagem negativa do espaço hospitalar. No entanto, quando analisada a percepção do espaço por categoria profissional, constatamos que os médicos apresentam diferentes percepções do espaço de trabalho comparativamente aos enfermeiros. Salienta-se, ainda, a importância que os sujeitos atribuem ao espaço exterior (parque) do Hospital. Na análise do estudo, das relações interpessoais ressalta a importância atribuída à comunicação, às atitudes, papéis e ao espaço. Revelam não existir dificuldade na comunicação entre médicos e enfermeiros. Pensamos que este estudo, poderá contribuir para uma harmoniosa reestruturação funcional do Hospital no sentido de se adequarem os espaços de modo a facilitarem o desenvolvimento das relações interpessoais entre os profissionais.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Barracho, Carlos
Contribuidor(es) Repositório do ISPA
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