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O que reside entre as artes é teatro: contaminações entre o lugar da cenografia e as artes plásticas

Autor(es): Franqueira, Sara,1979-

Data: 2009

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/2056

Origem: Repositório da Universidade de Lisboa

Assunto(s): Teatro; Cenografia; Desempenho (Arte); Representação teatral; Artes plásticas; Teses de mestrado - 2010


Descrição

Tese de mestrado, Estudos de Teatro, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2010

Dar um nome a uma coisa não significa apenas a possibilidade de a chamar mas de estabelecer à sua volta toda uma definição que a acompanha, que a motiva e que acaba por responder por ela. O instante em que se dá nome a uma coisa é por isso um momento ousado, quase tanto como aquele em que esse nome é modificado. Será ainda a designação “cenografia” adequada para descrever a identidade da plasticidade visual do espaço teatral? Como descrever actualmente não apenas um campo de trabalho mas todo um pensamento de espaço e estímulo visual situado no cerne da acção teatral? Este é o questionamento que conduz esta pesquisa em torno das relações da componente cenográfica - objecto concreto e agente de percepção subjectiva - com o espaço e com as artes plásticas, partindo da premente enunciação de que o paradigma de “cenário” efectivamente mudou, metamorfoseou-se e cresceu sobre outros sentidos. Esta transformação foi muitas vezes construída sobre audaciosos percursos de criadores, verdadeiros agentes de renovação na cultura, e que revelam muitas vezes influências claras, como é o caso de Artaud e Allan Kaprow, sobejamente conhecidos nos meios internacionais, e Ernesto de Sousa, um dos rostos desta repercussão em Portugal. As colocações teóricas destes pensadores encaminham-nos num trajecto de signos e significados, onde a proposta cenográfica cresce como elemento visual produtor de associações, como um sistema no espaço que constrói um lugar para as nossas acções, e traduz-se num modo de as ver.

Naming something does not just signify the possibility to identify it but also to establish a definition around it that accompanies it, motivates it and ultimately answering for it. Therefore the instant something is named is a daring moment, nearly as bold as the instance it is modified. Is the term “scenography” adequate to describe the identity of the theatrical space’s visual plasticity? How can we describe not merely a field of work but an entire line of spatial thought and visual stimulus positioned in the core of theatrical action? This is the subject matter that conducts the present research developed around the scenographic constituent relations – a tangible object and a subjective perception agent – with space and plastic arts, approached from the pressing enunciation that “scenery” has effectively changed, metamorphed and grew toward other senses. This transformation was often constructed through authors’ audacious paths, true agents of cultural renewal, who time and again revealed clear affinities, such as Artaud and Allan Kaprow, widely known internationally, and Ernesto de Sousa, one of the faces of this repercussion in Portugal. The theoretical considerations of these thinkers guide us on a signs and significances pathway, where the scenographic proposal matures as a visual element capable of producing associations, just as a constructed system in space that creates a place for our actions and translates a particular perspective.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Serôdio, Maria Helena,1948-
Contribuidor(es) Repositório da Universidade de Lisboa
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