Autor(es): Serôdio, Sofia Gonçalves
Data: 2009
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/2141
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Paternidade; Auto-conceito; Desenvolvimento infantil; Teses de mestrado - 2009
Autor(es): Serôdio, Sofia Gonçalves
Data: 2009
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/2141
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Paternidade; Auto-conceito; Desenvolvimento infantil; Teses de mestrado - 2009
Tese de mestrado, Psicologia (Psicologia Clínica e da Saúde - Núcleo de Psicologia Clínica Dinâmica), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2009
No presente estudo, pretendemos analisar, em que medida, aspectos da paternidade como a gratificação parental denunciada na interacção precoce com a criança, bem como a presença vs ausência da figura paterna, poderão ter impacto ao nível do desenvolvimento da criança, mais especificamente no início da construção do seu auto-conceito. No trabalho participaram 39 crianças, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 4 e os 5 anos, bem como os respectivos pais. Para avaliar as diferentes dimensões que constituem o auto-conceito, utilizou-se a adaptação portuguesa da Escala de Auto-conceito para crianças em idade pré-escolar de Susan Harter (1984), e aos pais aplicou-se uma versão adaptada da Escala de Gratificação Parental desenvolvida por Berverly Fagot (1995). Os resultados foram sujeitos a uma análise diferencial e correlacional. As evidências apontam para a existência de uma forte associação entre a elevada gratificação parental e a presença paterna no núcleo familiar. Parece sobressair, ainda, uma forte ligação entre a aceitação que a criança sente por parte dos pares e a presença da figura paterna. Os dados sugerem, também, que essa dimensão de aceitabilidade social da criança se associa, em parte, a um maior nível de gratificação parental do pai. Numa análise complementar, encontrámos evidências que parecem indicar que a gratificação sentida pelo pai, nas actividades que remetem para a relação de cuidar, influencia positivamente a forma com a criança se auto-percepciona nas dimensões de aceitação de pares, de competência física e de competência cognitiva. As evidências empíricas encontradas revelaram-se pertinentes para, de alguma forma, aumentar a compreensão acerca da intervenção precoce da figura paterna nos primórdios da vida psíquica da criança. Mais especificamente, a gratificação que o pai retira da interacção com a criança, na relação de cuidar, parece ajudá-la na construção de um sentimento de Si mais positivo e seguro.
The current study attempts to examine how, if at all, aspects of paternity (viz., the parental gratification expressed by the father in his early interactions with the child; father's presence vs. absence) affect the child's development, specifically at the early stages of his/her self-concept formation. Thirty-nine children of both sexes, aged between 4 and 5 years old, and their respective father figures, participated in this study. The different dimensions of self-concept were assessed using the Portuguese adaptation of Susan Harter's Self-concept Scale for Pre-school Children (1984); fathers were subjected to an adapted version of Beverly Fagot's Pleasure in Parenting Scale (1995). Evidence indicates a strong association between high parental gratification and presence of the father in the family nucleus. It also seems to bring forth the existence of a strong link between the child's perception of his/her acceptance among his/her peers and the presence of a father figure. Data also suggest that this dimension of the child's social acceptability is related with the father's higher level of parental gratification. A supplementary analysis showed evidence that seem to indicate that gratification felt by the father in activities that involve a caring relation has a positive influence in the way the child perceives him/herself in the following dimensions: peer acceptance, physical ability and cognitive ability. The empirical results found seem pertinent to somehow further our understanding that the father's early intervention assumes in the earliest stages of the child's psychological life; specifically, the gratification the father draws from interacting with the child when intervening in a caring relation seems to help the child establish a more positive and secure self-consciousness.