Autor(es):
Jardim, Helena Gonçalves ; Fragoeiro, Isabel ; Gouveia, Bruna Raquel
Data: 2014
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.13/5090
Origem: DigitUMa - Repositório da Universidade da Madeira
Assunto(s): Catástrofe natural; Experiências peritraumáticas; Perturbação de stress pós-traumático; Madeira (Portugal); .; Escola Superior de Saúde
Descrição
A perturbação de stress pós-traumático (PTSD) constitui um transtorno da ansiedade, caracterizado por sintomas de medo intenso, horror e desespero, que se desenvolvem após a exposição a um evento traumático (APA, 1994). Identificando a catástrofe natural ocorrida na Região Autónoma da Madeira (RAM) no dia 20 de Fevereiro de 2010 como um evento potencialmente traumático para a população residente, foi objetivo desta pesquisa: (1) descrever os níveis de respostas dissociativas à exposição a experiências peritraumáticas e de PTSD, associados à catástrofe natural de 20 de Fevereiro de 2010, numa amostra de indivíduos residentes na RAM, em particular nos concelhos do Funchal, Santa Cruz e Ribeira Brava; (2) analisar a relação entre o concelho de residência e os níveis de respostas dissociativas à exposição a experiências peritraumáticas e de PTSD; e (3) avaliar a taxa de ocorrência de exposição a experiências peritraumáticas significativas e de PTSD nestes indivíduos residentes na RAM. Este estudo transversal englobou uma amostra de 602 indivíduos adultos residentes nos concelhos do Funchal, Santa Cruz e Ribeira Brava. Na avaliação dos indivíduos foram utilizados o Questionário de Experiências Peritraumáticas (QEPT; Maia, Moreira & Fernandes, 2009) e a Escala de Avaliação da Resposta ao Acontecimento Traumático (EARAT; McIntyre & Ventura, 1996). Uma elevada percentagem desta amostra tinha sido exposta a experiências peritraumáticas significativas (85.4%) e 25.4% apresentava critérios para diagnóstico de PTSD. Houve diferenças com significado estatístico entre as subamostras definidas pelo concelho, no que respeita aos scores médios do QEPT e à subescala do EARAT - Respostas prolongadas. A maior percentagem de indivíduos expostos a experiências peritraumáticas significativas (90.0%) e a maior percentagem de indivíduos com diagnóstico de PTSD foram encontradas na subamostra da Ribeira Brava (32.6%). A pertinência científica e a relevância clínica destes resultados, vislumbram a sua utilidade na compreensão do impacto desta catástrofe e na organização da resposta necessária no apoio às vítimas de catástrofes na Madeira.