Autor(es):
Carolino, N ; Monteiro, H ; Madeira, M ; Santos, J ; Tábuas, L ; Branco, S ; Bettencourt, E ; Padre, L ; Romão, R ; Caetano, P ; Damião, P ; Dias, C ; Bettencourt, C ; Ramos, M ; Matos, C
Data: 2021
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10174/29650
Origem: Repositório Científico da Universidade de Évora
Assunto(s): Merina Branca; Merina Preta; peeira; ovinos
Descrição
A peeira influencia negativamente diversos aspetos da ovinicultura e tem grande impacto económico e social em diversos países produtores de ovinos de ambos os hemisférios, particularmente na indústria da lã fina,amplamente dominada pelas raças Merinas.Com este trabalho pretendeu-se estimar componentes de variância associados à peeira em ovinos das raças Merina Branca (MB) e Merina Preta (MP), tendo sido realizado no âmbito das atividades previstas no Projeto GEN-RES-Alentejo, que tem como objetivo principal,contribuir para a melhoria da produtividade das explorações de ovinos no Alentejo, através da identificação, por metodologias genómicas de última geração, de marcadores genéticos associados à resistência à peeira e ao parasitismo gastrointestinal por nematodos.Utilizaram-se 745 registos de scores de peeira (positivo vs negativo) de 437 fêmeas inscritas nos Livros de Adultos (239♀MB e 198♀MP), recolhidos entre 2016 e 2018 em 3 criadores. A partir dos 437 animais com registos de score de peeira, construiu-se de forma ascendente um ficheiro de pedigrees, que incluiu toda a informação genealógica destes animais, obtendo-se no final um ficheiro com 1229 indivíduos (136♂ e 1093♀).Os registos disponíveis foram analisados segundo uma abordagem frequentista e depois bayesiana. Assim, inicialmente foram analisados por máxima verosimilhança restrita, com o software MTDFREML e com um critério de convergência de 10-9, através de um modelo animal com registos repetidos, que incluiu os efeitos fixos do criador*ano de avaliação do score, estação, raça e idade à avaliação (covariável linear e quadrática); como efeitos aleatórios foram considerados o valor genético do animal, o efeito ambiental permanente e o erro residual. Posteriormente,exatamente com mesmo tipo de modelo animal, efeitos fixos e aleatórios, os dados foram submetidos a análise com o software TM e por amostragem de Gibbs.As estimativas dos parâmetros genéticos e ambientais foram semelhantes segundo as duas metodologias, respetivamente, frequentista e bayesiana: variância genética - 0,12595 e 0.12781; variância ambiental permanente - 0,00000 e 0,00000; variância residual – 0,86336 e 0,85372; variância fenotípica - 0,98931 e 0,98153; heritabilidade - 0,127 e 0,130 e repetibilidade - 0,127 e 0,130.Os resultados obtidos neste trabalho, ainda que preliminares e baseados em pouca informação, permitiram demonstrar que existe algum determinismo genético associado à suscetibilidade/resistência à peeira. Consequentemente, é possível encarar com otimismo as ações a desenvolver no âmbito do projeto GEN-RES-Alentejo,designadamente, na identificação de marcadores genéticos relacionados com esta doença infeciosa de tão grande impacto nos ovinos e, num futuro próximo, a possibilidade das raças Merinas portuguesas poderem integrar novas metodologias de seleção nos respetivos programas de melhoramento genético.