Autor(es):
Salgueiro, Pedro ; Belo, Anabela ; Craveiro, João ; Fernandes, Mariana ; Moreira, André ; Pedroso, Nuno ; Pinto, Tiago ; Silva, Carmo ; Batista, Teresa ; Mira, António
Data: 2022
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10174/31990
Origem: Repositório Científico da Universidade de Évora
Descrição
A adoção de medidas de gestão que preconizem a beneficiação desta área não-negligenciável para uma função de conservação da natureza é uma estratégia que tem tido réplica e sido considerada noutros países. O papel das faixas marginais de estrada como refúgio de biodiversidade/corredor ou armadilha que incrementa o risco de atropelamento de fauna, permanece, ainda assim, não consensual, sendo atualmente alvo de grande discussão entre os investigadores e gestores de rodovias. Sabe-se, contudo, que o volume de tráfego e a paisagem envolvente são fatores relevantes para determinar a importância desta infraestrutura para a conservação da biodiversidade, e à luz destas relações será possível antever sob que condições as ações de beneficiação das faixas marginais para a função ecológica são viáveis, ou se, pelo contrário, acarretam riscos acrescidos para a fauna local e segurança rodoviária. As faixas marginais de estradas, particularmente nos locais onde estas atravessam paisagens profundamente alteradas por intervenção humana, como zonas de intensificação agrícola, com elevada carga de pastoreio ou zonas de produção florestal (e.g., plantações de eucaliptos), podem constituir bons refúgios para a flora e microfauna e ser um corredor preferencial de deslocação de alguns animais. Contudo, é necessário também ter em conta que, quando o tráfego é intenso, os riscos de atropelamento de fauna, quer dos organismos que aí residem quer dos seus predadores, são elevados.