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Adaptação e Aprendizagens de Sobreviventes de AVC e Cuidadores/as Informais: da Investigação à Prática em Educação para a Saúde.

Author(s): Moura, Ana ; Castanheira Pais, Sofia ; Alves, Elisabete

Date: 2024

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10174/37110

Origin: Repositório Científico da Universidade de Évora


Description

Um Acidente Vascular Cerebral (AVC), constitui um evento disruptivo ao qual sobreviventes e cuidadores/as informais têm de se adaptar abruptamente. A compreensão profunda e holística dos processos de adaptação e de aprendizagem permite a problematização e desenvolvimento de estratégias de Educação para a Saúde (EpS) que promovam o bem-estar e qualidade de vida de ambos. Assim, através da triangulação de resultados de uma revisão de escopo acerca dos processos adaptativos e aprendizagens e de uma análise reflexiva acerca do Estatuto do Cuidador Informal - estudos levados a cabo no âmbito de um projeto de doutoramento - pretende-se compreender e explorar de que forma sobreviventes e cuidadores/as informais experienciam a sua adaptação e aprendizagens após um AVC. A revisão de escopo, analisou estudos publicados nas bases de dados PubMed, ISI Web of Science, PsycINFO e SciELO, tendo por base as recomendações PRISMA-ScR. Os resultados revelaram que os processos adaptativos após um AVC são constituídos por duas dimensões centrais: adaptação psicossocial e estrutural. O sofrimento emocional causado pelo AVC e pelo cuidado, o uso de estratégias de coping baseadas nas emoções, o apoio social recebido, as mudanças de papeis e de relações, e a participação social foram fatores centrais da adaptação psicossocial. Quanto à adaptação estrutural, o uso de estratégias de coping baseadas na resolução de problemas, a centralidade do papel do cuidado, os processos de aprendizagem e os desafios nas AVD’s foram reportadas. O segundo estudo, que teve por base uma análise reflexiva acerca do Estatuto do Cuidador Informal, da primeira autora enquanto entrevistadora de cuidadores/as informais de sobreviventes de AVC, reforçou o contributo do Estatuto para a visibilidade dos/as cuidadores/as informais e melhoria da qualidade de vida deste grupo. No entanto, a análise deste documento evidenciou um hiato entre o texto político e a realidade dos/as cuidadores/as, vertendo-se no desconhecimento acerca das medidas e serviços de apoio. Embora esteja previsto o direito à (in)formação, é relatada a escassez de recursos e serviços educativos. As aprendizagens acontecem num plano experimental, de forma inconsciente, autónoma e pouco suportada, podendo contribuir para desigualdades no campo do cuidado. Estes resultados evidenciam a necessidade de serem (re)pensadas as estratégias de EpS de apoio aos/às sobreviventes e cuidadores/as, especialmente considerando o papel do coping, das redes de suporte social e dos serviços comunitários na gestão do impacto emocional do AVC e do cuidado, promovendo a inclusão, participação social e literacia, a curto, médio e longo-prazo.

Document Type Lecture
Language Portuguese
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