Autor(es): Oliveira, Nuno ; Oliveira, César ; Bettencourt, Ana
Data: 2025
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10174/38265
Origem: Repositório Científico da Universidade de Évora
Assunto(s): Contexto funerário; Bronze médio; resíduos orgânicos; Cromatografia
Este poster tem como objetivo principal apresentar resultados de análises cromatográficas efetuadas ao conteúdo de um vaso que foi depositado no interior de um monumento costeiro, situado na vertente oeste da Serra de Santa Luzia, em Carreço (Portugal). Este monumento, de grandes dimensões e único no noroeste português, provavelmente serviu como local funerário/simbólico para incinerações em pequenas cavidades graníticas (tafoni), sob um grande tumulus de sedimentos, incorporando também um corredor de pedra aparelhada. Explorado em 1931 por Abel Viana, a abertura de uma vala até ao centro do monumento revelou um conjunto de artefactos cerâmicos, metálicos e vítreos, além de peças líticas talhadas e polidas, restos ósseos de animais, uma grande variedade de carvões de origem vegetal e pelo menos uma estela de perfil antropomórfico. A cronologia dos materiais abrange desde o Bronze Médio até ao final da Idade do Ferro. Durante os estudos de doutoramento de um dos signatários, foram realizadas datações de radiocarbono nesses vestígios, uma delas aos restos de um vaso, agora analisado, indicando que a deposição mais antiga data do início do século XV ao início do século XIV a.C. Entre os materiais cerâmicos destaca-se um vaso que continha vestígios de utilização no seu interior, tendo as análises cromatográficas revelado resíduos de carne de animais, possivelmente monogástricos, e óleos de plantas, tendo o conteúdo sido exposto a temperaturas elevadas o que sugere que o vaso terá sido utilizado na preparação de alimentos.
