Author(s):
Carvalho, Paulo D. ; Santos, V. G. ; Castro, José ; Priskas, Stergios ; Ferreira, António ; Afonso, Mafalda ; Carvalho, José ; Sobral, Isabel ; Cunha, Joana ; Souza, Alexandre H. ; Ross, Pablo
Date: 2025
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10174/39165
Origin: Repositório Científico da Universidade de Évora
Subject(s): Vaca de leite; gestação; período seco
Description
A duração do período seco e a duração da gestação são fatores importantes para o sucesso da lactação seguinte. No entanto, gestações mais curtas por motivos biológicos tendem a ser acompanhadas de períodos secos também mais curtos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto da duração do período seco e da duração da gestação na produção, reprodução, e taxa de refugo na lactação seguinte. Considerando que vacas com gestações gemelares têm gestações 4-5 dias mais curtas, e vacas com gestação inferior a 260-d são maioritariamente consideradas como aborto, foram apenas consideradas vacas Holstein (n=161172) com parto simples e com duração da gestação entre 260-296 dias (média=278±3desvio padrão, [1DP=6dias]). A duração da gestação foi categorizada como: 1) curta [260-272 dias], 2) média [273-283 dias], e 3) longa [284-296 dias]. O período seco foi calculado como o número de dias entre a data de secagem e a data de parto e categorizada como: 1) curto:<30 dias, 2) intermédio:30-60 dias, e 3) longo:>60 dias). As variáveis de interesse foram: a produção de leite (kg/dia) às 4 e 8 semanas pós-parto medido num único dia na respectiva semana, a taxa de refugo entre o parto e os 60DEL (Dias em leite), a taxa de refugo aos 305DEL, e a taxa de conceção à 1ª inseminação pós-parto. Os dados foram analisados utilizando um modelo linear misto com o PROC GLIMMIX do SAS. Vacas com gestação curta produziram menos (P<0.01) leite às 4 e às 8 semanas pós-parto (Leite4: 41,0 vs. 44,8 vs. 46,8; Leite8: 45,3 vs. 50,2 vs. 52,1; para vacas com gestação curta, média, e longa, respetivamente). A produção de leite foi inferior (P<0,01) para vacas com período seco curto (42,3) e longo (46,9) comparado com vacas com período seco intermédio (50,7). A percentagem de vacas refugadas aos 60 e aos 305DEL foi maior (P<0,01) para vacas com gestação curta (8% e 25,2%) e longa (7% e 25,0%) comparado com vacas com gestação média (6% e 23,0%). A percentagem de vacas refugadas diminuiu com o aumento do período seco em vacas com gestação curta, mas aumentou com o aumento do período seco para vacas com gestação média ou longa (P<0,01). A fertilidade à primeira inseminação pós-parto tendeu a ser inferior (P=0.09) para vacas com gestação curta (37,5% vs. 40,1% vs. 40,0%, para vacas com gestação curta, média, e longa, respetivamente), e diminuiu (P=0,02) com o aumento do período seco. Em conclusão, um período seco de 30-60 dias e uma duração da gestação superior a 272 dias foram associados a uma melhor performance produtiva e reprodutiva em vacas Holstein.