Author(s):
Portugal, Sílvia ; Alves, Joana ; Fontes, Fernando
Date: 2023
Persistent ID: https://hdl.handle.net/10316/111113
Origin: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Subject(s): Deficiência; Medicalização; Desigualdades; Opressão; Sistema de saúde; Disability; Medicalization; Inequalities; Opression; Health services
Description
A medicalização da deficiência tem sido discutida sobretudo enquanto dispositivo de opressão. Sendo esta abordagem um pressuposto de princípio, neste capítulo procura-se complexificar a leitura da relação do paradigma biomédico com as condições de vida da população com deficiência em Portugal. Debatendo o que se denomina como “paradoxo da medicalização”, e que, parafraseando Lennard Davis, se enuncia como a medicalização é o problema sem que exista medicalização, argumenta-se que, em Portugal, a uma forte medicalização da deficiência e da incapacidade, entendidas de uma perspetiva social, tem correspondido uma fraca disponibilização de serviços e de cuidados médicos e de reabilitação, e que a debilidade destes serviços constitui um mecanismo de (re)produção de desigualdade sociais e territoriais.
The medicalization of disability has been discussed mainly as a form of oppression. Taking this approach as a basic assumption, this chapter seeks to complexify the relationship between the biomedical paradigm and the living conditions of people with disabilities in Portugal. Debating what is called the “paradox of medicalization”, and which, paraphrasing Lennard Davis, is stated as medicalization is the problem without medicalization existing, it is argued that, in Portugal, a strong medicalization of disability, understood from a social perspective, has corresponded to a poor availability of services and medical and rehabilitation care, and that the weakness of these services constitutes a mechanism for the (re)production of social and territorial inequality.