Author(s):
Urbano, Pedro Manuel Malaquias Pires
Date: 2021
Persistent ID: https://hdl.handle.net/10316/113231
Origin: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Subject(s): Epistemologia; História da Ciência; História da Psicologia; Testes de inteligência
Description
O episódio da aplicação de supostos testes de inteligência (“Army Alpha” e “Army Beta”) aos recrutas do exército norte-americano, em vésperas de partir para a Grande Guerra na Europa, foi amplamente celebrado pela corrente dominante da Psicologia como um aconteci- mento maior da sua história. O presente ensaio considera, todavia, tal episódio como um exemplo de mitificação e mistificação da história da Psicologia e, de um modo geral, da Ciência. Mais concretamente, como uma tentativa de apropriação da disciplina pelo dogma e pelo preconceito, no contexto da subjugação do conhecimento científico (e da sua busca) ao fanatismo e ao fundamentalismo, assim como da utilização pervertida e fraudulenta da autoridade científica para procurar justificar e validar políticas sociais mais do que simplesmente duvidosas, como o racismo.
The episode of the application of alleged intelligence tests (‘Army Alpha’ and ‘Army Beta’) to US Army recruits, on the eve of leaving for the Great War in Europe, was widely celebrated by main- stream psychology as a major event in its history. The present essay considers, however, such an episode as an example of mythification and mystification of the history of psychology and, in general, of science. More specifically, as an attempt to appropriate the discipline by dogma and prejudice, in the context of the subjugation of scien- tific knowledge (and its search) to fanaticism and fundamentalism, as well as the perverted and fraudulent use of scientific authority to seek to justify and validate more than just dubious social policies, such as racism.