Autor(es): Lopes, Matilde Pais Figueiredo
Data: 2024
Identificador Persistente: https://hdl.handle.net/10316/115907
Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Assunto(s): Virtual autopsy; Virtopsy; Postmortem imaging; Forensic imaging; Autópsia virtual; Virtópsia; Imagem post mortem; Imagem forense
Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
Virtual autopsy is an innovative method that has solidified its relevance in the field of forensic imaging. The most commonly used postmortem techniques are postmortem computerised tomography (PMCT) and postmortem magnetic resonance imaging (PMMRI). This approach is capable of providing relevant expert evidence for Forensic Pathology, by analysing the images collected, in a non-invasive way and preserving the integrity of the cadaveric body, with the aim of clarifying the cause and circumstances of death, identifying the corpse and carrying out thanatological and anthropological studies. The main objective of this work is to carry out a narrative review in order to explain the scope and limitations of the virtual autopsy approach, as well as its applicability in the forensic field. The secondary objectives are based on trying to understand whether virtual autopsy could replace invasive autopsy, or whether it should only be considered as a complement to it or as a screening method. To prepare this work, bibliographic research was carried out on digital database platforms including Pubmed, Web of Science, ÍndexRMP and Acta Médica Portuguesa, using the key terms "virtual autopsy", "virtopsy", "postmortem imaging" and "forensic imaging", during the months of August, September and October 2023. The chapters of books on the subject and the "Tratado de Medicina Legal" were also included in the work. Virtual autopsy is based on a postmortem approach that is digital and constantly evolving, visible in the increase in publications in recent years. The capacity for post-processing, storage and spatial resolution are robust advantages of postmortem imaging. The limitations are the high associated costs, image artefacts and the need for specialised professionals in the field of forensic imaging. The PMCT technique performs better in detecting bone lesions, the presence of foreign bodies and collections of pathological gases, demonstrating its potential in traumatic cases, ballistics studies and the investigation of charred or putrefied corpses. The low sensitivity of PMCT for detecting lesions in solid organs is overcome with the association of postmortem angiography (PMCTA). PMMRI is particularly important in the assessment of soft tissues and, consequently, in the diagnosis of natural death and in the assessment of traumatic injuries to parenchymal organs and soft tissues. In short, virtual autopsy can be recommended as a practical diagnostic alternative when conventional autopsy is not possible and can play a role as a screening method, especially for traumatic deaths.
A autópsia virtual é um método inovador, que tem vindo a solidificar a sua relevância na área da imagiologia forense. As técnicas post mortem mais usadas são a tomografia computorizada post mortem (TC-PM) e a ressonância magnética post mortem (RM-PM). Esta abordagem é capaz de fornecer elementos periciais relevantes para a Patologia Forense, através da análise de imagens recolhidas, de forma não invasiva e preservando a integridade do cadáver, com o intuito de esclarecer a causa e as circunstâncias da morte, a identificação do cadáver e a realização de estudos tanatológicos e antropológicos. O objetivo principal deste trabalho é realizar uma revisão narrativa, de modo a expor os alcances e as limitações da abordagem da autópsia virtual assim como a sua aplicabilidade no âmbito forense. Os objetivos secundários baseiam-se na tentativa de perceber se a virtópsia poderá vir a substituir a autópsia invasiva ou se será considerada apenas como um complemento ou como um método de “screening” relativamente à mesma. Para a elaboração deste trabalho, procedeu-se à pesquisa bibliográfica nas plataformas digitais de bases de dados entre as quais a Pubmed, Web of Science, ÍndexRMP e Acta Médica Portuguesa, com os termos chave “virtual autopsy”, “virtopsy”, “postmortem imaging” e “forensic imaging”, durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2023. Os capítulos de livros do tema e o “Tratado de Medicina Legal” foram também integrados no trabalho. A autópsia virtual baseia-se numa abordagem post mortem que é digital e que está em constante evolução, visível no aumento de publicações nos últimos anos. A capacidade de pós-processamento, de armazenamento e a resolução espacial são vantagens robustas descritas da imagiologia post mortem. Como limitações, evidenciam-se os custos elevados associados, os artefactos de imagem e a necessidade de profissionais especializados na área de imagiologia forense. A técnica de TC-PM apresenta um melhor desempenho na deteção de lesões ósseas, na presença de corpos estranhos e de coleções de gases patológicos, evidenciando o seu potencial em casos traumáticos, em estudos de balística e na investigação de cadáveres carbonizados ou putrefactos. A baixa sensibilidade da TC-PM, para detetar lesões em órgãos sólidos, é ultrapassada com a associação da angiografia post mortem (AngioTC-PM). A RM-PM é de especial importância na avaliação de tecidos moles e, em consequência, no diagnóstico de morte natural e na avaliação de lesões traumáticas de órgãos parenquimatosos e tecidos moles. Em suma, a autópsia virtual pode ser recomendada como uma alternativa prática de diagnóstico quando a autópsia convencional não é possível e pode desempenhar um papel como método de “screening”, sobretudo, para mortes traumáticas.
