Autor(es): Gomes, Gabriel Sérgio Pinto
Data: 2024
Identificador Persistente: https://hdl.handle.net/10316/116715
Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Assunto(s): Olympus; Mythology; Theater; Literature; Fiction; Olimpo; Mitologia; Teatro; Literatura; Ficção; Humanidades::Outras humanidades
Trabalho de Projeto do Mestrado em Escrita Criativa apresentado à Faculdade de Letras
After the proclamation of Christianity as the official religion of the Roman Empire, polytheism was confined to oblivion, and with it, the belief in the gods of Olympus. In other words, this mythical family became unemployed. In a multi-genre and multi-form play, Hermes, the messenger of the gods, seeks to understand how the remaining deities of his family have dealt with unemployment and the calamitous state of the world. Throughout the five acts, sexual, political, religious, and social issues are addressed. Although this type of structure is predominantly associated with tragedy, it does not mean that this project is a tragic text. In another pole: Outside the walls of Olympus one does not die, one slowly dies, with a growing disbelief and the passage of time. This is the role of time, to pass. Questions such as "Would a polytheistic society be better structured and freer in terms of thought and living?" or "Could theater and literature metamorphose with the help of polytheistic teachings?" inflame this literary-theatrical project, in which the different themes and genres propose a non-"monogamous" and non-"monotheistic" relationship with the reader/spectator. Additionally, the play explores the intersection between modernity and mythology, questioning the relevance of ancient deities in contemporary times. By challenging literary and theatrical conventions, this project aims not only to entertain but also to provoke reflection on the multiplicity of cultural and social perspectives that coexist in the current world. Thus, the text not only revisits the mythological past but also offers an incisive critique of the monolithic structures of thought that dominate modern society.
Após a proclamação do cristianismo como religião oficial do Império Romano, o politeísmo confinado ao esquecimento e com ele a crença nos deuses do Olimpo. Por outras palavras, esta família onírica fica desempregada. Numa peça de teatro plurigenérica e polifórmica, Hermes, o mensageiro dos deuses, deseja entender como as restantes divindades da sua família têm lidado com o desemprego e o estado calamitoso do mundo. Ao longo de cinco atos, são abordadas questões sexuais, políticas, religiosas e sociais. Apesar deste tipo de estrutura ser associado maioritariamente à tragédia, não significa que este projeto seja um texto trágico. Em Num outro polo: Fora dos muros dos Olimpo não se morre, vai-se morrendo, com a descrença e o passar do tempo. É este o papel do tempo, ir passando. Questões como "Será uma sociedade politeísta mais bem estruturada e livre em termos de pensamento e vivência?" ou "Poderão o teatro e a literatura metamorfosear-se com a ajuda dos ensinamentos politeístas?" inflamam este projeto literário-teatral, no qual as diferentes temáticas e os diferentes géneros propõem uma relação não “monogâmica” nem “monoteísta” com o leitor/espectador. Além disso, a peça explora a interseção entre a modernidade e a mitologia, questionando a relevância das antigas divindades na contemporaneidade. Desafiando convenções literárias e teatrais, este projeto visa não apenas entreter, mas também provocar uma reflexão sobre a multiplicidade de perspectivas culturais e sociais que coexistem no mundo atual. Assim, o texto não só revê o passado mitológico, como oferece ainda uma crítica incisiva às estruturas monolíticas de pensamento que predominam na sociedade moderna.
