Author(s):
Gomes da Cunha, Joana ; dos Santos Almeida , Rita ; dos Santos Pereira, Sofia ; Veiga, Ricardo ; Costa, Marta ; Romão, Vera
Date: 2024
Origin: Revista Portuguesa de Medicina Interna
Subject(s): COVID-19; Medicina Interna; Ventilação Mecânica; COVID-19; Internal Medicine; Respiration, A
Description
Introduction: The reorganization of health care imposedby the COVID-19 pandemic revealed the work capacity of all health professionals, mirroring the fundamental role of Internal Medicine. This work intended to highlight the complexity of managing the COVID-19 patient, often guided by the absence of theoretical/scientific support in the face of the unknown. Methods: A retrospective and descriptive evaluation of all patients with SARS-COV2 infection admitted to a ward of the Internal Medicine service, Unidade Local de Saúde de Viseu Dão-Lafões (ULS Viseu Dão-Lafões), in the periodbetween January-April and July-November 2021 (pandemicpeaks of 2021). Results: During the nine months under study, 394 patientswere evaluated, with a predominance of males 56.60% (n = 223) and an average age of 70.42 years. The average length of stay was 13.95 days. Most had at least one cardiovascular risk factor, and only 29.44% (n = 116) were vaccinated against COVID-19. Of the therapy, 84.26% (n = 332) received dexamethasone, 85.79% (n =3 38) needed supplemental oxygen therapy; approximately 22.08% (n = 87) required non-invasive mechanical ventilation, and 7.61% (n = 30) underwent invasive mechanical ventilation/high-flow oxygen therapy. There were 23.86% (N = 94) deaths. COVID-19 infection was the primary diagnosis in most patients, but many were secondary diagnoses. Conclusion: The severity and complexity of an unknownnosological disease, in the pandemic phase, is of enormousprofessional and personal demand, as represented by thecharacterization of this sample. The spectrum of critically illpatients in need of mechanical ventilatory support stands out, in an admissions curve that turned out to be exponential.
Introdução: A reorganização dos cuidados de saúde imposta pela pandemia COVID-19 relevou a capacidade detrabalho de todos os profissionais de saúde, espelhandoo papel basilar da Medicina Interna. Este trabalho pretendeevidenciar a complexidade da gestão do doente COVID-19, pautada muitas vezes pela ausência de suporte teórico/científico face ao desconhecido. Métodos: Avaliação retrospetiva e descritiva de todos os doentes com infeção SARS-CoV-2 internados numa enfermaria do serviço de Medicina Interna, da Unidade Local de Saúde de Viseu Dão-Lafões (ULS Viseu Dão-Lafões), no período compreendido entre janeiro-abril e julho-novembro de 2021 (picos pandémicos de 2021). Resultados: Durante os 9 meses em estudo, foram avaliados 394 doentes, com predomínio do género masculino 56,60% (n = 223) e uma idade média de 70,42 anos. O tempo médio de internamento foi de 13,95 dias. A maioria apresentava pelo menos um fator de risco cardiovascular e apenas 29,44% (n = 116) eram vacinados contra a COVID-19. Quanto à terapêutica, 84,26% (n = 332) realizaram dexametasona e 85,79% (n = 338) necessitaram de oxigenoterapia suplementar; cerca de 22,08% (n = 87) necessitaram de ventilação mecânica não invasiva e 7,61% (n = 30) de ventilação mecânica invasiva. Registaram-se 23,86% (n = 94) óbitos. A infeção SARS-CoV-2 foi o diagnóstico principal na maioria dos doentes, mas muitos foram os diagnósticos secundários. Conclusão: A gravidade e complexidade de uma entidadenosológica totalmente desconhecida num contexto pandémico é de uma enorme exigência profissional e pessoal, como representado através da caracterização desta amostra. Salienta-se o espetro de doentes graves e com necessidade de suporte ventilatório mecânico, numa curva de admissões que se revelou exponencial.