Author(s): Faria, Sandra ; Pinto, Sofia
Date: 2025
Origin: Acta Farmacêutica Portuguesa
Introduction: Polypharmacy is common among the elderly, which can be problematic if not used correctly. Therapeutic review and deprescribing have therefore become crucial practices to ensure safer and more effective treatments. The aim of this study was to assess portuguese pharmacists’ knowledge, perceptions, attitudes and challenges regarding deprescribing.Method: A cross-sectional, observational and descriptive study carried out using an online questionnaire addressed to portuguese pharmacists between March 11 and April 8, 2025. Sociodemographic questions were included, followed by questions related to polymedication and deprescription. The data was analyzed using Microsoft Excel.Results: 231 responses were collected in this study. Only 14.7% of participants use a formal methodology, although almost 55% suggest deprescribing in clinical practice. Polymedication, in 98% of cases, was considered to be very frequent; benzodiazepines, non-steroidal anti-inflammatory drugs and proton pump inhibitors were the drugs considered to be the main candidates for deprescription. Lack of training, time and communication with doctors were the main obstacles encountered. It was found that 71.9% had never received specialized training, although 74.5% were familiar with the concept of deprescribing. Deprescribing is considered advantageous, particularly in terms of avoiding side effects and reducing the use of potentially inappropriate medicines.Discussion: Portuguese pharmacists have limited practical involvement due to a lack of procedures, communication with the doctor and specialized training, despite their theoretical understanding of deprescribing. However, they are open to a more active role, particularly in collaborative care models.Conclusion: In order to strengthen the pharmacist’s role in deprescribing, it is essential to invest in continuous training and promote their integration into multidisciplinary teams, favoring a patient-centered approach. The data can support strategies for integrating deprescribing into pharmaceutical practice. Keywords: deprescribing, potentially inappropriate medicines, pharmacists, patient safety, clinical pharmacy.
Introdução: A polimedicação é comum entre as pessoas mais velhas que, se não for utilizada de forma correta, poderá ser problemática. A revisão terapêutica e a desprescrição tornam-se assim práticas cruciais para garantir tratamentos mais seguros e eficazes. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento, perceções, atitudes e desafios dos farmacêuticos portugueses relativamente à desprescrição.Método: Estudo transversal, observacional e descritivo realizado através de um questionário online dirigido aos farmacêuticos portugueses, entre 11 de março e 8 de abril de 2025. Foram incluídas questões sociodemográficas e, de seguida, questões relacionadas com a polimedicação e a desprescrição. Os dados foram analisados com recurso ao Microsoft Excel.Resultados: Neste estudo foram recolhidas 231 respostas. Apenas 14,7% dos participantes utilizam uma me- todologia formal, apesar de quase 55% sugerirem desprescrição na prática clínica. A polimedicação, em 98% dos casos, é considerada muito frequente; as benzodiazepinas, os anti-inflamatórios não esteróides e os inibidores da bomba de protões foram considerados os principais candidatos à desprescrição. A falta de formação, tempo e de comunicação com os médicos foram os principais obstáculos encontrados. Constatou-se que 71,9% nunca receberam formação especializada, apesar de 74,5% conhecerem o conceito de desprescrição. A desprescrição é considerada vantajosa, nomeadamente para evitar efeitos secundários e diminuir a utilização de medicamentos potencialmente inadequados.Discussão: Os farmacêuticos portugueses têm um envolvimento prático limitado devido à falta de procedimentos, comunicação com o médico e formação especializada, apesar da sua compreensão teórica da desprescrição. No entanto, estão recetivos a um papel mais ativo, particularmente em modelos de cuidados colaborativos. Conclusão: Para reforçar o papel do farmacêutico na desprescrição é essencial apostar na formação contínua e promover a sua integração em equipas multidisciplinares, favorecendo uma abordagem centrada no doente. Os dados podem apoiar estratégias para integrar a desprescrição na prática farmacêutica. Palavras-chave: desprescrição, medicamentos potencialmente inapropriados, farmacêuticos, segurança do doente, farmácia clínica.