Sexual and reproductive health of women and children’s health in Brazil: a study from 1990 to 2024

• Author(s): Leal, Maria do Carmo ; Duarte de Azevedo Bittencourt, Sonia ; Fernandes Viellas, Elaine ; Dutra Gomes de Carvalho, Thaiza ; Granado Nogueira da Gama, Silvana
• Date: 2025
• Origin: Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical
• Document Type: Journal article
• Language: Portuguese

Description

Introduction: During the period analyzed by this study, Brazil experienced important sociodemographic, economic, and health changes, including the implementation of a public and universal health system, called the Unified Health System - SUS. Objective: To report the transformations that occurred in the indicators of social conditions and the health of women and children, correlating them with the context of sociodemographic changes. Materials and Methods: A historical series of social indicators, sexual and reproductive health of women and children’s health, from 1990 to 2024. Data from the Health Information Systems, Brazilian Demographic Census, and results of national population surveys were used to calculate the proposed indicators. Results: There was a drop in fertility rates to 1.6 per hundred thousand live births (LB), increased urbanization, and access to education and employment for women. There was universalization of prenatal care, however, there are challenges in the quality of this care: 75% of women had access to adequate prenatal care and 77% had the minimum number of consultations, with persistence of congenital syphilis. In 2023, cesarean sections accounted for 60% of births and maternal mortality remained high, 56 hundred thousand LB. There was a significant reduction in infant mortality, of 72%, mainly in the post-neonatal component, and the indicator currently stands at 15 per 1,000 newborns. Exclusive breastfeeding at 6 months of age increased from 3% in 1990 to 46% in 2024. The prevalence of child malnutrition has been decreasing since 1996, reaching 7% in 2019. Vaccination coverage for BCG, Dengue, Hepatitis, Polio, DPT and Measles reached increasing and universal levels by 2015, but the first vaccine fell to 90% and the others to 77%. Conclusion: There was an improvement in women’s living conditions and advances in health services provision, but problems persisted in the quality of care provided during prenatal care and childbirth. For children, consolidating the SUS made it possible to promote breastfeeding, control immunizable diseases, and reduce malnutrition. Social policies focused on families in vulnerable populations, such as the Bolsa Família Program, were co-responsible for the results achieved. The rates of violence against women are still high.

 Introduction: Au cours de la période analysée, le Brésil a connu d’importants changements sociodémographiques, économiques et de santé, dont l’implantation du Système Unifié de Santé (SUS). Objectif: Rendre compte des transformations survenues dans les indicateurs des conditions sociales et de la santé des femmes et des enfants, en les corrélant avec le contexte des changements sociodémographiques. Matériaux et Méthodes: une série historique des indicateurs sociaux, de la santé sexuelle et reproductive des femmes et de la santé des enfants, allant de 1990-2024. Les données proviennent des Systèmes d’Information en Santé, du Recensement Démographique Brésilien et des enquêtes nationales. Résultats: observé une baisse des taux de fertilité à 1,6 pour 1000 naissances vivantes (NV), une augmentation de l’urbanisation, ainsi qu’un meilleur accès à l’éducation et à l’emploi pour les femmes. Le suivi prénatal a été largement universaliste, mais la qualité de ces soins demeure un défi: 75% des femmes ont bénéficié de soins prénatals adéquats et 77% ont eu le nombre minimum de consultations. La syphilis congénitale persiste cependant. En 2023, 60% des accouchements étaient réalisés par césarienne, et la mortalité maternelle est restée élevée, à 56 pour 100 000 naissances. La mortalité infantile a diminué de 72%, surtout après la période néonatale, atteignant 15 pour 1 000 naissances. L’allaitement exclusif à 6 mois est passé de 3% en 1990 à 46% en 2024. La malnutrition infantile a diminué pour atteindre 7% en 2019. Les couvertures vaccinales pour la BCG, Dengue, l’Hépatite, la Polio, la DTP et la Rougeole ont atteint des niveaux universels jusqu’en 2015, bien que la couverture pour certaines vaccins ait chuté à 77% en 2023. Conclusion: Bien que des progrès aient été réalisés dans l’amélioration des conditions de vie des femmes et des enfants, des défis persistent, notamment dans la qualité des soins prénatals et de la maternité. Pour les enfants, la consolidation du SUS a permis de promouvoir l’allaitement, de lutter contre les maladies immunisables et de réduire la malnutrition. Les politiques sociales, comme le programme Bolsa Família, ont joué un rôle clé dans ces résultats, bien que la violence contre les femmes reste préoccupante.

 Introdução: No período em análise por este estudo, o Brasil viveu importantes mudanças sociodemográficas, econômicas e de saúde, incluindo a implantação de um Sistema Único de Saúde - SUS, público e universal. Objetivo: Relatar as transformações ocorridas nos indicadores de condições sociais e da saúde das mulheres e crianças, correlacionando com o contexto das mudanças sociodemográficas. Materiais e Métodos: Apresenta-se uma série histórica de indicadores sociais, da saúde sexual e reprodutiva da mulher e saúde da criança no período de 1990-2024. Para o cálculo dos indicadores propostos utilizaram-se dados dos Sistemas de Informação em Saúde, Censos Demográficos do Brasil e resultados de pesquisas populacionais de porte nacional. Resultados: Verifica-se uma queda nas taxas de fecundidade para 1,6 por 100 mil nascidos vivos (NV), aumento da urbanização e do acesso à educação e ao emprego para as mulheres. Houve universalização da atenção pré-natal, contudo com desafios na qualidade dessa assistência: 75% das mulheres tiveram acesso ao pré-natal adequado e 77% tiveram o número mínimo de consultas previstas, com persistência da sífilis congênita. Em 2023, a cesariana correspondeu a 60% dos nascimentos e a mortalidade materna permaneceu elevada, 56 por 100 mil NV. Houve redução significativa da mortalidade na infância, de 72%, principalmente do componente pós-neonatal, e atualmente o indicador é de 15 por mil NV. O aleitamento materno exclusivo aos 6 meses de idade aumentou de 3% em 1990 para 46% em 2024. A prevalência da desnutrição infantil vem reduzindo desde 1996, chegando a 7% em 2019. As coberturas vacinais para BCG, Dengue, Hepatite, Pólio, DPT e Sarampo alcançaram valores crescentes e universais até 2015, mas reduziram para 90% a primeira e 77% as demais. Conclusão: Registra-se uma melhoria da condição de vida das mulheres, avanços na oferta dos serviços de saúde, com persistência de problemas na qualidade do cuidado prestado no pré-natal e parto. Para as crianças, a consolidação do SUS viabilizou a promoção do aleitamento ma-terno, do controle de doenças imunopreveníveis e redução da desnutrição. Políticas sociais com foco nas famílias das populações vulneráveis, como o Bolsa Família, foram corresponsáveis pelos resultados alcançados. Os índices de violência contra a mulher são ainda preocupantes.