Intestinal parasitic infections and adverse outcomes among pregnant women and their newborns in São Tomé & Príncipe: a hospital-based cross-sectional study

• Author(s): Vasconcelos, Alexandra ; Sousa, Swasilanne ; Bandeira, Nelson ; Alves, Marta ; Papoila, Ana Luísa ; Pereira, Filomena ; Machado, Maria do Céu
• Date: 2025
• Origin: Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical
• Document Type: Journal article
• Language: Portuguese

Description

Introduction: The link between intestinal parasitic infections (IPIs) and adverse birth outcomes (ABOs) during pregnancy remains unclear, with significant knowledge gaps. This study aimed to assess the impact of IPIs on maternal-neonatal-dyads in São Tomé & Príncipe. Materials and Methods: A hospital-based study was conducted among women admitted for delivery, who underwent copro-parastiological screening. Women with HIV, sickle cell disease, malaria, or recent anthelminthic treatment were excluded. Data were collected from antenatal cards, newborn records, and structured questionnaires. Outcomes in the infected group (n=210) were compared to those in the non-infected group (n=151). Subgroup analyses included combined-helmintis infection (n=202, 90,9% ascaris lumbricoides), Schistosoma intercalatum (n=11) and Entamoeba histolytica (n=7). A p-value<0.05 was considered statistically significant. Results: A total of 361 women (mean age 26.96 years, SD 7.00) were included. Anaemia was present in 39.6% (n=127), prematurity in 8.1% (n=26), low birth weight in 14.9% (n=48), and stillbirth in 2.5% (n=8) of cases. There were no statistically significant differences in rates of anaemia, prematurity, low birth weight, or stillbirth between the monoparasitic and non-infected groups (p=0.182, p=0.175, p=0.07, p=0.275, respectively). The prevalence of low birth weight was lower in the helminthinfected group (11.7%) compared to the non-infected group (19.2%), though this difference did not reach statistical significance (p=0.067). Conclusion: No significant adverse outcomes were found in pregnant women with IPIs, with roundworms being most common and low birth weight rates slightly lower among infected mothers. Routine anthelmintic treatment during pregnancy should be used cautiously, as asymptomatic infections may have immunological benefits. Schistosomiasis remains present, suggesting elimination claims are premature and preventive chemotherapy should include women of reproductive age.

Introduction: Le lien entre les infections parasitaires intestinales (IPI) et les issues défavorables de la grossesse (ABO) demeure incertain, avec d’importantes lacunes de connaissance. Cette étude visait à évaluer l’impact des IPI sur les dyades mère-nouveau-né à São Tomé-et-Príncipe. Méthodes: Une étude transversale en milieu hospitalier a été menée auprès de femmes admises pour accouchement et soumises à un dépistage coproparasitologique. Les femmes présentant une infection par le VIH, une drépano cytose, un paludisme, ou ayant reçu récemment un traitement anthelminthique ont été exclues. Les données ont été collectées à partir des carnets prénatifs, des dossiers néonataux et de questionnaires structurés. Les issues du groupe infecté (n=210) ont été comparées à celles du groupe non infecté (n=151). Les analyses de sous-groupes ont inclus des infections combinées à helminthes (n=202 ; 90,9 % Ascaris lumbricoides), Schistosoma intercalatum (n=11) et Entamoeba histolytica (n=7). Une valeur de p < 0,05 a été considérée comme statistiquement significative. Résultats: Au total, 361 femmes (âge moyen 26,96 ans ; écart-type 7,00) ont été incluses. L’anémie était présente chez 39,6 % (n=127), la prématurité chez 8,1 % (n=26), le faible poids de naissance (FPN) chez 14,9 % (n=48) et la mortinaissance chez 2,5 % (n=8). Aucune différence statistiquement significative n’a été observée entre les groupes monoparasité et non infecté pour les taux d’anémie, de prématurité, de FPN ou de mortinaissance (p=0,182; p=0,175; p=0,07; p=0,275, respectivement). La prévalence du FPN était plus faible dans le groupe infecté par des helminthes (11,7 %) que dans le groupe non infecté (19,2 %), sans signification statistique (p=0,067). Conclusions: Aucune issue défavorable significative n’a été identifiée chez les femmes enceintes atteintes d’IPI. Les ascariotoses étaient les plus fréquentes et les taux de FPN légèrement inférieurs chez les mères infectées. Le traitement anthelminthique systématique pendant la grossesse doit être utilisé avec prudence, car les infections asymptomatiques peuvent présenter des bénéfices immunologiques potentiels. La schistosomiasis reste présente à São Tomé-et-Príncipe, suggérant que les déclarations d’élimination sont prématurées et que la chimioprévention devrait inclure les femmes en âge de procréer.

Introdução: A associação entre infecções parasitárias intestinais (IPI) e resultados adversos da gravidez (ABO) permanece pouco esclarecida, existindo lacunas relevantes de conhecimento. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto das IPI em díades materno-neonatais em São Tomé e Príncipe. Material e Métodos: Realizou-se um estudo transversal de base hospitalar em grávidas internadas para parto, submetidas a rastreio coproparastiológico durante a gravidez. Foram excluídas as grávidas com infeção por VIH, doença falciforme, malária ou tratamento anti-helmíntico recente. Os dados foram obtidos a partir dos boletins pré-natais, registos neonatais e questionários estruturados. Compararam-se os ABO entre o grupo infectado (n=210) e o grupo não infectado (n=151). As análises de subgrupos incluíram infecções combinadas por helmintas (n=202; 90,9% ascaris lumbricoides), Schistosoma intercalatum (n=11) e Entamoeba histolytica (n=7). Foi considerado valor de p<0,05 como estatisticamente significativo. Resultados: Foram incluídas 361 mulheres (idade média 26,96 anos; DP 7,00). A anemia ocorreu em 39,6% (n=127), a prematuridade em 8,1% (n=26), o baixo peso à nascença (BPN) em 14,9% (n=48) e o óbito fetal em 2,5% (n=8) dos casos. Não se observaram diferenças estatisticamente significativas nas taxas de anemia, prematuridade, BPN ou óbito fetal entre os grupos monoparasitado e não infectado (p=0,182; p=0,175; p=0,07; p=0,275, respetivamente). A prevalência de BPN foi inferior no grupo infectado por helmintas (11,7%) face ao grupo não infectado (19,2%), embora sem significância estatística (p=0,067). Conclusões: Não foram identificados efeitos adversos significativos associados às IPI em mulheres grávidas. O Ascaris lumbricoides foi o parasita mais prevalente e observou-se uma tendência para menor incidência de BPN nas mulheres infectadas. O tratamento anti-helmíntico rotineiro durante a gravidez deve ser utilizado com precaução, dado que infecções assintomáticas podem conferir benefícios imunológicos. A persistência de esquistossomose indica que as declarações de eliminação são prematuras, sendo recomendada a quimioprofilaxia preventiva também em mulheres em idade reprodutiva.