Descrição
O planejamento satisfatório de novos alvos contra os estágios do parasito da malária esbarra nas lacunas sobre o conhecimento de plantas com potencial terapêutico, associadas à desvalorização das informações empíricas e à dispersão destas plantas medicinais arquivadas na memória da população usuária. No presente estudo, foi realizada uma avaliação etnobotânica de plantas com potencial medicinal utilizadas pelos pacientes com a infecção. Os participantes eram residentes de duas localidades da Amazônia ocidental, Porto Velho e Triunfo, entre as regiões urbana e rural. Foram entrevistadas 62 pessoas tidas como informantes, dos quais 62,9% afirmaram que utilizam a terapia natural com potencial medicinal. Foram relatadas 12 plantas pertencentes a 10 famílias: Asteraceae (2 etnoespécies), Rubiaceae (2 etnoespécies), Arecaceae, Lamiacea, Solanaceae, Fabaceae, Cucurbiaceae, Caprifoliaceae, Euphorbiaceae com 1 etnoespécie cada; as espécies mais citadas foram o Plectranthus barbatus Andrews (Boldo) e o Bidens pilosa L. (Picão), sendo as folhas as partes mais utilizadas. Os dados obtidos foram confrontados com a literatura científica reportada nas plataformas: SciELO, PubMed, ScienceDirect e LILACS. Encontramos 131 espécies distribuídas entre 61 famílias de plantas diferentes. As espécies citadas foram Lantana camara L., Phyllanthus amarus Schumach. & Thonn; dentre as famílias, estão a Asteraceae e a Limiaceae, que foram mais bem representadas. A viabilidade na utilização de plantas é um processo economicamente viável e atrativo para as populações desfavorecidas de assistência em saúde, entretanto, requer cuidados e estudos sobre as suas propriedades, a atividade e o desempenho do seu potencial ativo como alvos para a utilização na quimioterapia contra o Plasmodium spp.