Author(s):
Silva, Juliana Silvestre
Date: 2022
Origin: Oasisbr
Subject(s): Conhecimento tradicional; Etnobotânica; Plantas medicinais.; Conocimiento tradicional; Etnobotánica; Plantas medicinales.; Traditional knowledge; Ethnobotany; Medicinal plants.
Description
É sabido que a exploração dos ambientes naturais por povos tradicionais fornece subsídios para estratégias de manejo e, por isso, o resgate do conhecimento tradicional acerca do uso das plantas é de grande importância. Nesse contexto, a etnobotânica assume um papel fundamental. No Brasil, as informações etnobotânicas têm subsistido de pai para filho, através da transmissão oral, e podem ser obtidas nas feiras livres, por meio de raizeiros e vendedores de plantas medicinais. No entanto, essa prática diminui à medida que a urbanização e a tecnologia avançam para além das grandes cidades. Com o objetivo de resgatar esse saber empírico e valorizar o conhecimento tradicional foram realizadas entrevistas, do tipo “interlocução livre”, com um antigo raizeiro de Cuiabá-MT. As entrevistas ocorreram nas feiras onde o raizeiro mantém suas barracas e registraram seus conhecimentos e experiências, bem como sua relação com as plantas. Do total de espécies comercializadas em sua barraca, 71,5% são nativas, valor que reforça a necessidade de projetos e políticas que visem a preservação da flora nativa e o desenvolvimento econômico das populações humanas que dependem destes recursos. O raizeiro mostrou preocupação com a crescente degradação ambiental e com a falta de conexão existente entre pais e filhos, que prejudica a transmissão oral necessária para a manutenção do conhecimento local. Este estudo confirma que raizeiros são detentores do saber tradicional e não apenas carregam consigo informações a respeito das plantas, mas também são fontes de conhecimentos acerca da ecologia e sustentabilidade ambiental.
It is known that the exploration of natural environments by traditional peoples provides subsidies for management strategies and, therefore, the rescue of traditional knowledge about the use of plants is of great importance. In this context, ethnobotany assumes a fundamental role. In Brazil, ethnobotanical information has subsisted from father to son, through oral transmission, and can be obtained at fairs, through herbalists, and medicinal plant traders. However, this practice declines as urbanization and technology advance beyond large cities. With the aim of rescuing this empirical knowledge and valuing traditional knowledge free dialogue interviews were carried out, with a traditional herbalist of Cuiabá-MT. The interviews took place at the fairs where the herbalist maintains his tents and recorded their knowledge and experiences, as well as their relationship with plants. Of the total number of species sold in its stall, 71.5% are native species, value that reinforces the need for projects and policies aimed at the preservation of native flora, and the economic development of human populations that depend on these resources. The herbalist was concerned about the increasing environmental degradation and the lack of bond between parents and children, which jeopardizes the oral transmission necessary for the maintenance of local knowledge. This study confirms that herbalists are holders of traditional knowledge, and not only carry information about plants, but also about ecology and environmental sustainability.
Se sabe que la exploración de los ambientes naturales por parte de los pueblos tradicionales proporciona subsidios para las estrategias de manejo y, por lo tanto, el rescate de los conocimientos tradicionales sobre el uso de las plantas es de gran importancia. En este contexto, la etnobotánica asume un papel fundamental. En Brasil, la información etnobotánica ha subsistido de padres a hijos, por transmisión oral, y puede obtenerse en los mercados callejeros, por medio de curanderos y vendedores de plantas medicinales. Sin embargo, esta práctica declina a medida que la urbanización y la tecnología avanzan más allá de las grandes ciudades. Con el objetivo de rescatar ese conocimiento empírico y valorizar el conocimiento tradicional, fueron realizadas entrevistas, del tipo “diálogo libre”, con un tradicional herbolario de Cuiabá-MT. Las entrevistas se realizaron en las ferias donde el herbolario mantiene sus carpas y registraron sus conocimientos y experiencias, así como su relación con las plantas. Del total de especies vendidas en su puesto, el 71,5% son autóctonas, cifra que refuerza la necesidad de proyectos y políticas encaminadas a la conservación de la flora autóctona y al desarrollo económico de las poblaciones humanas que dependen de estos recursos. El curandero mostró preocupación por la creciente degradación ambiental y la falta de conexión entre padres e hijos, lo que pone en riesgo la transmisión oral necesaria para el mantenimiento de los saberes locales. Este estudio confirma que los herbolarios son poseedores de conocimientos tradicionales y no solo portan información sobre plantas, sino que también son fuentes de conocimiento sobre ecología y sostenibilidad ambiental.