Author(s):
Pires de Lima, Marinús ; Pires, Maria Leonor ; Rodrigues, Maria Eugénia ; Duarte, Teresa
Date: 1996
Origin: Análise Social
Subject(s): fábricas Renault e AutoEuropa; processo de globalização; novos sistemas produtivos; hibridação dos modelos organizacionais; relações industriais; Renault and AutoEuropa factories; globalisation process; new productive systems; hybrid organisational models; industrial relations; .
Description
The article analyses the Renault and AutoEuropa (Ford-VW) factories in Setúbal, with a particular focus on the globalisation process in which they are involved. The authors study various aspects: relationships with firms that supply components; technological models, and those that concern the organisation of production; human resources management policies; the different industrial relations models; and organisational cultures. The crisis of traditional models (taylorism and fordism) leads firms to try new productive systems, based on the participation and involvement of workers. Renault is closer to a system of fordism undergoing change, whereas AutoEuropa is more «toyotist» (lean production), in other words more modern, and established from scratch (a green field site). The organisational models have become hybrid, as a result of the firms adapting to national and local culture, and because of the particular features of the socio-economic context. Technical and organisational models are created and recreated when they encounter different political and cultural traditions. Industrial relations are part of the institutional system, with an emphasis on societal aspects, factors that should be stressed in studies that compare working systems internationally.
.
Este artigo analisa as fábricas Renault e AutoEuropa (Ford-VW) em Setúbal, salientando o processo de globalização em que se inserem. Estudam-se sucessivamente vários aspectos: as relações com as empresas fornecedoras de componentes, os modelos tecnológicos e de organização produtiva, as políticas de gestão de recursos humanos, os diferentes padrões de relações industriais, as culturas organizacionais. A crise dos modelos tradicionais (taylorismo e fordismo) conduz as empresas a ensaiarem novos sistemas produtivos, baseados na participação e implicação dos trabalhadores. A Renault aproxima-se mais de um fordismo em mutação e a AutoEuropa de um modelo toyotista (lean production), mais moderno e implantado de raiz (greenfield site). Verifica-se também uma hibridação dos modelos organizacionais, que resulta da adaptação das empresas às culturas nacionais e locais e da especificidade do contexto sócio-económico. Os modelos técnicos e organizacionais são criados e recriados, ao defrontarem-se com diferentes tradições políticas e culturais. As relações industriais inserem-se no sistema institucional, salientando-se as dimensões societais, que devem ser privilegiadas nos estudos comparativos internacionais dos sistemas de trabalho.