Autor(es): Pereira, Patrícia ; Tizón, Sónia ; Freixo, Sara ; Ribeiro, Sofia ; Almeida, Gabi ; Sousa, João
Data: 2025
Origem: Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação
Assunto(s): Inpatients; Physical Therapy Department, Hospital; Recovery of Function; Rehabilitation Centers; Spinal Cord Injuries/rehabilitation; Centros de Reabilitação; Doentes Internados; Lesões da Medula Espinhal/reabilitação; Recuperação da Função; Serviço de Medicina Física e de Reabilitação
Introduction: This retrospective cohort study aimed to compare demographic differences, functional outcomes, duration of stay (DOS), and complication profiles between patients with traumatic (TSCI) and non-traumatic (NTSCI) spinal cord injuries in an acute inpatient rehabilitation service. Methods: This study included 128 spinal cord injury patients, 68 with traumatic and 60 with nontraumatic lesions, admitted to the Physical Medicine and Rehabilitation service of Hospital de Braga between January 2017 and December 2022. Parameters included demographics, injury causes, neurological levels, ASIA impairment scales, functional scores (FIM and SCIM), DOS, complications, discharge destination, bladder management, and ambulation level. Results: NTSCI patients were older (mean 64 vs 59 years, p=0.074) and predominantly female (45% vs 16.2%, p=0.000). TSCI was primarily caused by falls (66.2%), while NTSCI stemmed from degenerative diseases (50%). TSCI patients had significantly longer DOS (mean 65.07 vs 45.78 days, p=0.021) and were admitted later post-injury (mean 51.61 vs 26.77 days, p=0.001). NTSCI patients had more paraplegia (61.7%) and incomplete injuries, while TSCI showed higher rates of tetraplegia (72.1%) and complete injuries (AIS A, 27.7% vs 7.3%, p=0.010). TSCI patients experienced more complications (mean 2.0 vs 1.4 per patient), including higher rates of pressure ulcers and depressive symptoms (p<0.05). Functional outcomes at discharge (FIM and SCIM scores) were lower in TSCI but demonstrated significant intra-group improvements, with no intergroup differences in functional gains. NTSCI patients were more likely to be discharged home, walk with assistive devices, and manage bladder function, while TSCI patients frequently required wheelchairs and indwelling catheters. Conclusion: NTSCI patients were older, hospitalized earlier, had shorter rehabilitation DOS, fewer complications, and better functional status at admission than TSCI patients. Despite more severe impairments, TSCI patients achieved comparable functional gains during rehabilitation, emphasizing the need for tailored management strategies to address their higher complication rates and disability levels.
Introdução: Este estudo tem como objetivo comparar as complicações e resultados funcionais entre pacientes com lesões traumáticas e pacientes com lesões medulares não traumáticas, num serviço de reabilitação hospitalar de agudas. Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva que incluiu 128 pacientes com lesões medulares, 68 com lesões traumáticas e 60 com lesões não traumáticas, internados no serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital de Braga, entre janeiro de 2017 e dezembro de 2022. Resultados: Este estudo demonstrou que a lesão medular traumática está significativamente mais associada à tetraplegia e lesões medulares completas (ASIA A). Além disso, os pacientes com lesão medular traumática apresentam significativamente duração de internação superior (p = 0,021), maior prevalência de sintomas depressivos (p = 0,043), úlceras de pressão (p = 0,003) e episódios de disreflexia autonômica (p = 0,044), em comparação com o grupo não traumático. A comparação intragrupo demonstrou ainda que ambos os grupos apresentam melhorias funcionais significativas na escala MIF e SCIM à dados de alta em relação à entrada no serviço, no entanto, os ganhos funcionais não foram significativamente diferentes entre os dois grupos de lesão. Conclusão: Ambos os grupos de pacientes obtiveram ganhos e por isso se beneficiaram do programa de reabilitação em regime de internamento no Hospital de Agudos. Contudo, com uma duração média de internamento e uma taxa de complicações elevadas em ambos os grupos, deve ter-se em consideração a necessidade de cuidados hospitalares adequados.
