Author(s):
São Pedro, Verónica ; Pires, Rafaela ; Santos, Fernanda ; Tovim Rodrigues, Carla ; Santos Silva, Isabel ; Almeida, Maria do Céu ; Águas, Fernanda
Date: 2021
Origin: Acta Médica Portuguesa
Subject(s): Ovarian Neoplasms/prevention & control; Prophylactic Surgical Procedures; Salpingectomy; Sterilization; Reproductive; Surveys and Questionnaires; Esterilização Reprodutiva; Inquéritos e Questionários; Neoplasias dos Ovários/prevenção e controlo; Procedimentos Cirúrgicos Profiláticos; Salpingectomia
Description
Introduction: Opportunistic bilateral salpingectomy has been proposed as an ovarian cancer risk-reducing strategy namely as a means of tubal sterilization. We aimed to assess what were the procedures for interval and peripartum sterilization carried out nationwide, related motivational aspects and influential demographic or professional factors.Material and Methods: Cross-sectional study based on an original survey sent to Obstetrics and Gynecology specialists and residents from across the country in 2019.Results: Two hundred and twenty-five answers were obtained from 42 institutions (37 from the public sector). Laparoscopic tubal electrocoagulation (61%) was the most common procedure for interval sterilization followed by salpingectomy (28%). Major reasons pointed out for not performing salpingectomy were increased operative time (48.5%) and procedure not considered (45.5%). In some hospitals, the choice of salpingectomy depended on specific criteria namely surgical team decision. During cesarean-section, sterilization was most frequently performed using the modified Pomeroy technique (54%), followed by salpingectomy (32.5%), with a statistically significant prevalence in the north of the country. Sixty-nine percent of Portuguese Obstetrics and Gynecology residents and specialists consider that salpingectomy should be the procedure offered to women asking for definitive contraception.Discussion: Although data are limited, salpingectomy at the time of cesarean delivery appears feasible and safe and this context might represent the best opportunity for intervention.Conclusion: Opportunistic salpingectomy is not the most common sterilization procedure performed in Portugal, but it was considered the best choice to offer. Its benefits and risks should be discussed with women.
Introdução: A salpingectomia profilática foi proposta como estratégia de redução do risco de cancro do ovário e método de contraceção definitiva. O objetivo deste estudo foi conhecer os procedimentos realizados a nível nacional para contraceção definitiva de intervalo e peri-parto, a opinião e motivações dos clínicos, e os fatores demográficos ou profissionais influentes.Material e Métodos: Este é um estudo analítico transversal, baseado num questionário original enviado durante o ano de 2019 a especialistas e internos de Ginecologia-Obstetrícia a exercer em Portugal.Resultados: Obtivemos 225 respostas provenientes de médicos a exercer em 42 hospitais (37 públicos). A laqueação tubar laparoscópica por eletrocoagulação e corte (61%) foi o método mais frequentemente utilizado na mulher não grávida, seguido da salpingectomia (28%). Os principais motivos apontados para não realizar salpingectomia foram o aumento do tempo operatório (48,5%) e tratar-se de procedimento não equacionado (45,5%). Em alguns hospitais, a realização deste método dependia da decisão da equipa cirúrgica. No contexto per-cesariana, a técnica mais comum foi a de Pomeroy modificada (54%), seguida da salpingectomia (32,5%), com uma concentração no Norte do país com significado estatístico. A maioria (69%) dos participantes consideraram que a salpingectomia deveria ser o procedimento disponibilizado.Discussão: Apesar da evidência científica ainda ser escassa, a salpingectomia per-cesariana parece exequível e segura, podendo representar a melhor oportunidade para intervenção no contexto da contraceção definitiva.Conclusão: A salpingectomia profilática não é o procedimento de esterilização mais comum em Portugal, mas foi considerada como a escolha mais adequada. Os seus benefícios e riscos devem ser discutidos com as mulheres.