Autor(es): Branco, Joana ; Manuel, Ana Rute ; Completo, Sara ; Marques, Joana ; Rodrigues Antão, Rita ; Pinto Gago, Cristina ; Paulino, Elsa ; Voutsen, Olga ; Barroso, Rosalina
Data: 2023
Origem: Acta Médica Portuguesa
Assunto(s): Breast Feeding; Infants; Mothers; Portugal; Aleitamento Materno; Lactentes; Mães; Portugal
Introduction: Exclusive breastfeeding (EBF) is currently recommended until six months of age. The Baby-friendly Hospital (BFH) initiative an international program to promote breastfeeding, was launched in Portugal in 1994. The aim of this study was to identify the prevalence and factors influencing breastfeeding in the first six months of life and to compare the results with a study carried out in 1999 including population from the same geographic area.Material and Methods: A prospective, longitudinal and observational study was carried out in two hospitals in the Lisbon metropolitan area, one BFH and another non-BFH. It consisted of different questionnaires answered by mothers at three distinct moments (zero, three and six months). The first questionnaire was applied between February and June 2019.Results: A total of 423 infants were included, 324 from the BFH and 99 from the non-BFH. The breastfeeding rate was 94.3% at discharge, 78.2% at three months and 64.4% at six months, whereas EBF rate was 74.2%, 51.8% and 25.6% respectively. All women on EBF at six months, except one, were breastfeeding on demand. The discontinuation of EBF was associated with delayed skin-to-skin contact, Neonatal Intensive Care Unit admission, pacifier and artificial teats use, mother’s return to work earlier and lower education levels. Conversely, factors that promote EBF were older gestational age, adequate birthweight, breastfeeding initiation in the first hour of life, rooming-in practice, shorter hospital stay and absence of infant’s illnesses. Compared with 1999, although there was a significant improvement of breastfeeding rates at three and six months, the EBF rate was similar at six months (23%). Both studies identified the mother’s lower education level and mother’s return to work as contributing factors to breastfeeding discontinuation.Conclusion: Our results are in agreement with previously reported causes of breastfeeding discontinuation and emphasize the importance of sociocultural factors. Compared with 1999, the breastfeeding rates in this Portuguese population increased significantly at three and six months. However, it is still necessary to improve in order to achieve the World Health Organization global target.
Introdução: O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado até aos seis meses de idade. A iniciativa Hospital Amigo dos Bebés (HAB) é um programa internacional de promoção do aleitamento materno lançado em Portugal em 1994. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência e quais os fatores que influenciam o aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida e comparar os resultados obtidos com um estudo decorrido na mesma área metropolitana em 1999.Material e Métodos: Foi desenvolvido um estudo prospetivo, observacional e longitudinal em dois hospitais da área metropolitana de Lisboa, um HAB e outro não-HAB. Consistiu em três questionários diferentes preenchidos pelas mães aos zero, três e seis meses de idade. O primeiro questionário foi aplicado entre fevereiro e junho de 2019.Resultados: Foram incluídos 423 recém-nascidos, 324 do HAB e 99 do não-HAB. A taxa de aleitamento materno foi 94,3% à alta da maternidade, 78,2% aos três meses e 64,4% aos seis meses, enquanto a de AME foi 74,2%, 51,8% e 25,6% respetivamente. Todas as lactantes em AME aos seis meses amamentavam em regime de horário livre, à exceção de uma. O abandono do AME esteve associado ao atraso do contacto pele-a-pele, admissão na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, uso de chupeta e mamilos de silicone, regresso antecipado das mães ao trabalho e nível educacional materno mais baixo. Contrariamente, os fatores que promoveram o AME foram idade gestacional superior, adequado peso ao nascimento, início do AM na primeira hora de vida, prática de rooming-in, internamento hospitalar mais curto e ausência de doença neonatal. Em comparação com o estudo de 1999, apesar de uma melhoria significativa da taxa de AM aos três e seis meses, a prevalência de AME foi semelhante aos seis meses (23%). Ambos os estudos identificaram como fatores que contribuem para o abandono do aleitamento materno o menor nível educacional materno e o regresso antecipado da mãe ao trabalho.Conclusão: Os nossos resultados confirmam as causas de abandono do aleitamento materno reportadas anteriormente e realçam a importância de fatores socioculturais. Em comparação com 1999, a taxa de aleitamento aos três e seis meses aumentou sginificativamente em Portugal. Contudo, é necessária maior otimização para atingir o objetivo proposto pela Organização Mundial de Saúde.
