Author(s): Gago, Cristina ; Lorenzo, Cristina ; Pinto, Sara ; R. Sousa, Ana ; Camilo, Cristina ; Abecasis, Francisco
Date: 2023
Origin: Acta Médica Portuguesa
Subject(s): Adolescent; COVID-19/complications; Extracorporeal Membrane Oxygenation; SARS-CoV-2; Shock, Cardiogenic; Systemic Inflammatory Response Syndrome; Adolescente; Choque Cardiogénico; COVID-19/complicações; Oxigenação por Membrana Extracorporal; SARS-CoV-2; Síndrome de Resposta Inflamatória Sistémica
Multisystem inflammatory syndrome in children is a rare and potentially life-threatening disease that is associated with SARS-CoV-2 infection, characterized by hyperinflammation and multiorgan involvement. Cardiovascular involvement is common, including myocardial dysfunction often leading to cardiogenic shock. We present the case of a 17-year-old boy with fever, odynophagia, maculopapular rash and abdominal pain who developed a cardiogenic shock. Due to progressive deterioration of cardiac function despite optimized vasoactive support, veno-arterial extracorporeal membrane oxygenation support was initiated 12 hours after admission, with successful decannulation after seven days and discharge after 23 days, with normal cardiac function. The patient received corticosteroids and intravenous immunoglobulin. Early recognition and intensive care support are crucial for ensuring a successful outcome in severe cases of multisystem inflammatory syndrome. In cases of severe cardiogenic shock, extracorporeal membrane oxygenation support can be critical for survival and rapid recovery.
A síndrome inflamatória multissistémica em crianças é uma doença rara e potencialmente fatal, e que está associada à infeção por SARS-CoV-2 e caracterizada por hiperinflamação e pelo envolvimento de múltiplos órgãos. As manifestações cardiovasculares são comuns, incluindo a disfunção miocárdica, podendo apresentar-se como choque cardiogénico. Apresentamos o caso de um rapaz de 17 anos com febre, odinofagia, exantema maculopapular e dor abdominal, que desenvolveu choque cardiogénico. Apesar do suporte vasoativo otimizado, verificou-se a deterioração progressiva da função cardíaca, pelo que 12 horas após a admissão se iniciou o suporte através de oxigenação por membrana extracorporal venoarterial. O doente foi descanulado com sucesso após sete dias e teve alta após 23 dias, com função cardíaca normal, tendo realizado tratamento com corticosteroides e imunoglobulina intravenosa. O reconhecimento precoce e o suporte em cuidados intensivos são cruciais para garantir o tratamento adequado em casos de síndrome inflamatória multissistémica. O suporte por oxigenação por membrana extracorporal pode ser fundamental para a sobrevivência e rápida recuperação perante choque cardiogénico grave.
