Autor(es):
Rodrigues, Daniela ; Machado-Rodrigues, Aristides ; Gama, Augusta ; Nogueira, Helena ; G. Silva, Maria-Raquel ; Padez, Cristina
Data: 2023
Origem: Acta Médica Portuguesa
Assunto(s): Child; Overweight; Parents; Pediatric Obesity; Criança; Excesso de Peso; Obesidade Pediátrica; Pais
Descrição
Introduction: Parental perceptions of a child’s weight status may influence family readiness to foster healthy behaviors. Our aim was to observe parental perceptions of their child’s weight status in two time periods and in multiple population subgroups.Methods: Data were collected in two national projects, 2009 - 2010 (n = 6577) and 2016 - 2017 (n = 7594), in public and private kindergartens and primary schools in Portugal (children aged three to 10 years old). Parents filled out a questionnaire regarding their perception of their child’s weight status, namely: 1) too thin, 2) thin, 3) normal weight, 4) with some excess weight, or 5) with a lot of excess weight. Children’s height and weight were objectively collected, and the International Obesity Task Force cut-offs were used to classify overweight and obesity. Accurate and misclassification levels were calculated for children according to their sex, age, as well as child and parental weight status, while considering differences within and between the two time periods.Results: Overall, accuracy in parental perception of their child’s weight was higher in 2016 - 2017 than in 2009 - 2010, regardless of children’s sex, age, parental weight status, and education (65.7% and 60.5%, respectively). However, the ability of parents to detect obesity was ~ 50% lower in 2016 - 2017 compared with 2009 - 2010.Conclusion: Even though parental perception of their child’s weight was better in 2016 - 2017 than in 2009 - 2010 , the inverse result was found among children with obesity. Strategies are needed to encourage parents to improve their perception of the appropriate weight for their child.
Introdução: A perceção que os pais têm do peso dos filhos pode influenciar a adoção de comportamentos saudáveis. O objetivo deste trabalho foi observar a perceção que os pais têm do peso dos filhos em dois períodos (2009 - 2010 e 2016 - 2017) e em vários subgrupos da população.Métodos: Os dados foram recolhidos no âmbito de dois projetos nacionais (2009 - 2010: n = 6577; 2016 - 2017: n = 7594), em infantários e escolas primárias, públicas e privadas, em Portugal continental (crianças entre os três e os 10 anos). Através de um questionário, os pais descreveram os filhos em relação ao peso atual: 1) muito magro, 2) magro, 3) normal, 4) com algum peso a mais, ou 5) com muito peso em excesso. A altura e o peso das crianças foram recolhidos objetivamente e os pontos de corte da International Obesity Task Force foram usados para classificar o estado nutricional da criança. A acuidade da perceção parental foi calculada de acordo com o sexo, a idade, e o peso da criança, assim como com o peso dos pais; as diferenças entre os dois períodos foram registadas.Resultados: No geral, a acuidade da perceção que os pais têm do peso dos filhos foi maior em 2016 - 2017 do que em 2009 - 2010, independentemente do sexo e idade da criança, e do estado nutricional e nível educacional dos pais (65,7% e 60,5%, respetivamente). No entanto, a perceção de obesidade nas crianças foi cerca de 50% mais baixa em 2016 - 2017 do que em 2009 - 2010. Conclusão: Este estudo mostrou uma acuidade da perceção do peso maior em 2016 - 2017 do que em 2009 - 2010, contudo, o contrário verificou-se em crianças com obesidade. São necessárias estratégias para ajudar os pais a melhorarem a perceção do peso adequado para os seus filhos.