Author(s): Pires, Luís ; Rosendo, Inês ; Seiça Cardoso, Carlos
Date: 2023
Origin: Acta Médica Portuguesa
Subject(s): Dementia; Neoplasms; Palliative Care; Primary Health Care; Cuidados de Saúde Primários; Cuidados Paliativos; Demência; Neoplasia
Author(s): Pires, Luís ; Rosendo, Inês ; Seiça Cardoso, Carlos
Date: 2023
Origin: Acta Médica Portuguesa
Subject(s): Dementia; Neoplasms; Palliative Care; Primary Health Care; Cuidados de Saúde Primários; Cuidados Paliativos; Demência; Neoplasia
Introduction: The increase in life expectancy brought a higher prevalence of chronic diseases, with an emphasis on those who reached advanced stages and required palliative care. We aimed to characterize patients diagnosed with advanced neoplasms and/or dementia accompanied in primary health care and to test the sensitivity of two tools for identifying patients with palliative needs.Methods: We recruited three voluntary family physicians who provided data relative to 623 patients with active codification for neoplasm and/or dementia on the MIM@UF platform. We defined ‘patient with palliative needs’ as any patient with this codification in advanced stadium and made their clinical and sociodemographic characterization. Assuming the existence of advanced-stage disease as the gold standard, we calculated and compared the sensitivities of each of the tools under study: the surprise question, the question ‘do you think this patient has palliative needs?’ and an instrument that corresponded to identification by at least one of the questions.Results: Among the analyzed data, there were 559 (89.7%) active codifications of neoplasm and 64 (10.3%) of dementia; the prevalence of advanced neoplasm and dementia was 1.0% in the studied sample. The subgroup of patients with advanced dementia showed female sex predominance, an older age, and less access to health care. In both subgroups there was a scarcity of data related to education and income, and we observed polypharmacotherapy and multimorbidity. The sensitivity of the surprise question was 33.3% for neoplasia and 69.3% for dementia; of the new tool 50.0% for neoplasia and 92.3% for dementia; and, when used together, 55.6% for neoplasia and 92.3% for dementia.Conclusion: Our results help characterize two subpopulations of patients in need of palliative care and advance with a possible tool for their identification, to be confirmed in a representative sample.
Introdução: O aumento da esperança de vida trouxe maior prevalência de doenças crónicas, merecendo destaque as que atingem estádios avançados e que requerem cuidados paliativos. Pretendeu-se caracterizar os doentes com diagnóstico de neoplasia e/ou demência em estádio avançado, acompanhados em cuidados de saúde primários, e testar a sensibilidade de duas ferramentas para identificação de doentes com necessidades paliativas.Métodos: Recrutámos três médicos de família voluntários que forneceram dados relativos a 623 doentes com codificação ativa de neoplasia e/ou demência na plataforma MIM@UF. Definimos como ‘doente com necessidades paliativas’ todo o doente com doença em estádio avançado, e fizemos a sua caracterização clínica e sociodemográfica. Assumindo como gold standard a existência de doença em estádio avançado, calculámos e comparámos as sensibilidades de cada uma das ferramentas em estudo: a questão surpresa, a questão ‘acha que este doente tem necessidades paliativas?’ e um instrumento que correspondesse a identificação por pelo menos uma das questões.Resultados: De entre os dados analisados, existiram 559 (89,7%) codificações ativas de neoplasia e 64 (10,3%) de demência; a prevalência de neoplasia e demência avançadas foi de 1,0% na amostra estudada. O subgrupo de doentes com demência avançada mostrou predomínio do sexo feminino, idade superior e menor acesso a cuidados de saúde. Em ambos os subgrupos houve escassez de dados relativos à escolaridade e rendimento e observámos polifarmacoterapia e multimorbilidade. A sensibilidade da questão surpresa foi de 33,3% para neoplasia e 69,3% para demência; da nova ferramenta de 50,0% para neoplasia e 92,3% para demência; e, quando usadas em conjunto, de 55,6% para neoplasia e 92,3% para demência.Conclusão: Estes resultados ajudam a caracterizar duas subpopulações de doentes com necessidade de cuidados paliativos e avançam com uma possível ferramenta para sua identificação, a confirmar a sua utilidade numa amostra representativa.